Marianne Rubin, de 90 anos, fugiu da Alemanha com sua família quando tinha apenas seis
No El País
Marianne Rubin era uma menina judia de seis anos quando abandonou a Alemanha com a família. Ao chegar à sua casa, os nazistas “empurraram meu pai e o jogaram no chão. Eu o ajudei a se levantar. Fomos para a Itália, a França e, depois, aos Estados Unidos”, diz ela a um jornalista da CBS, enquanto exibe um cartaz com a seguinte mensagem: “Já escapei dos nazistas. Vocês não vão me derrotar agora.” Rubin se refere aos racistas da Virgínia, que se manifestaram em 12 de agosto em Charlottesville. A jornada de violência dos supremacistas brancos deixou três mortos. E a indignação nos EUA após os incidentes transformou Rubin num símbolo no Twitter. Uma foto dessa mulher de 90 anos já tem mais de 100.000 retuítes.
Sua imagem também chamou a atenção no Imgur, onde registra mais de 300.000 visitas, e em vários meios de comunicação. Também chegou à capa do Reddit. A foto foi feita por Seth Lemon, o mesmo repórter que a entrevistou no Union Square Park, uma praça de Manhattan (Nova York) onde houve no domingo um protesto contra os neonazistas.
Na conta do Instagram do jornalista, podemos ver a reportagem feita pela CBS, em que Rubin critica duramente o que ocorreu na Virgínia. “É terrível. É algo muito ruim. E votaram nele.” Refere-se ao presidente dos EUA, Donald Trump, que inicialmente equiparou os supremacistas brancos com as pessoas que protestavam contra eles e, após as críticas, foi obrigado a corrigir o discurso, ainda que nesta terça voltou a dizer que a culpa foi da ambas as partes. A neta de Marianne Rubin publicou outra foto da avó nas redes sociais, especificamente no Instagram.
“Com 90 anos, minha maravilhosa avó continua aí lutando e inspirando (e lembrando ao mundo o que acontece quando você fica em silêncio”, diz a neta na mesma rede social. O gesto de Rubin é um dos muitos que captaram a atenção das redes sociais nos dias posteriores aos incidentes na Virgínia. A reação mais viral contra os neonazistas tem a assinatura de Barack Obama, que utilizou uma frase histórica de Mandela para criticá-los.
Rubin deu mais detalhes sobre sua história pessoal ao The Huffington Post. Disse que a marcha dos supremacistas brancos de 12 de agosto a fez lembrar da Alemanha dos anos trinta, onde vivia quando era criança. Segundo seu relato, oficiais nazistas chegaram à sua casa quando tinha seis anos e atacaram sua família. “Sabia que algo ruim estava acontecendo”. “Vai além da minha compreensão”, afirma, quando lhe perguntam sobre os neonazistas da Virgínia. “Foi um dia muito duro, mas estava entre amigos.Não paro de pensar como pôde acontecer algo assim”, diz, em referência à mulher que morreu em Charlottesville atropelada por um dos supremacistas brancos.