Coubert em 1865: A Origem Do Mundo

Coubert em 1865: A Origem Do Mundo

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Nas épocas mais puritanas, esse quadro de Gustave Coubert tinha tudo para chocar. Ele representa o sexo e o ventre de uma mulher lascivamente deitada sobre uma cama, no mais simples aparelho. O enquadramento foi feito nesta parte da anatomia feminina e o espectador não pode ver nada além das coxas e dos seios da modelo.

Voluntariamente provocadora, esta obra distorce as regras vigentes até então. Regras que reservavam — ou pelo menos toleravam — nus inscritos nos contextos das grandes cenas mitológicas ou oníricas, sem se confrontarem diretamente ao real em sua crueza mais extrema.

Gustave Coubert rejeitava os nus planos e, claro, os nus idealizados da pintura acadêmica. Na época em que foi pintada, A Origem do Mundo — hoje exposta no Museu d’Orsay — podia ser considerada como pornográfica. Contudo, a obra não tinha vocação pornográfica e podia ser até ser considerada como “aquela que dava a última palavra do Realismo”. Na verdade, existe representação mais fiel da origem do mundo, tal qual conhecemos? Obra centrada na representação sensorial e intelectual que fazemos, na qual o sexo e o ventre de uma mulher são transmissores dos segredos do dar à luz, à vida e, portanto, dar origem ao nosso mundo?

Anedotas sobre Courbet e a pintura A Origem do Mundo

Diversas anedotas e mistérios envolvem o quadro mais famoso de Gustavo Coubert, o qual propomos falar hoje.

O primeiro segredo que o quadro ainda esconde diz respeito à identidade da modelo. Como o rosto dela não está representado, fica extremamente difícil identificar formalmente a mulher que posou e que permitiu que Gustave Coubert pintasse A Origem do Mundo. Para alguns, a modelo poderia ser Joanna Hiffernan, representada em outros quadros do artista. Para outros especialistas, dentre os quis Thierry Salvatier, o quadro pode ter sido pintado com base em uma fotografia. O historicista Gérard Desangers lançou a hipótese na qual a modelo podia ser Jeanne de Tourbey, amante do comanditário do quadro: um diplomata turco.

Uma outra hipótese, que deu lucros à imprensa em 2013, dizia que o quadro atual seria somente um fragmento de uma obra maior. Entretanto, os especialistas que trabalham no Museu d’Orsay recusam tal ideia e afirmam que o formato do quadro, tal qual pode ser admirado atualmente em Paris, é seu formato original.

Conquistados ou chocados, não deixem de admirar esta pintura de Gustave Coubert na próxima vez que você for ao Museu d’Orsay em Paris!

Fonte: Paris City Vision

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