No Tijolaço, por Fernando Brito – Ninguém se espante se Michel Temer, no mínimo, tirar Eduardo Carnelós ao menos da linha de frente de sua defesa, se é que não vai afastá-lo formalmente da causa.
Rodrigo Maia o trouxe para a posição de “boi de piranha” no embate que está travando, já nem tão na surdina, com Michel Temer, pelo fato de Eduardo Carnelós ter chamado de “incompetente e irresponsável” a divulgação do texto e dos vídeos integrais da delação de Lúcio Funaro, informou que o advogado será “processado pelos servidores da Câmara”.
“Incompetência é pouco pra justificar as agressões do advogado. A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que eu fiz, esta agressão não faz sentido. Daqui para frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão”
Portanto, Maia anuncia que deixa, ao menos ostensivamente, a defesa do presidente.
Nada, desde o golpe, chegou tao perto do rompimento formal entre ambos.
E Maia, ao contrário de boa arte da base temerista, não está interessado em espelhos, miçangas e quinquilharias, mas no cargo de presidente a partir de 2018.
E a ele interessa que Temer escape mais estropiado ainda. Não quer tirar de seus aliados a última oportunidade de extorquir cargos, emendas e favores, mas está advertindo que é hoje só , amanhã não tem mais e que Temer não tem forças para retaliações posteriores.