Aécio Neves pode encarar a convenção tucana como o ponto alto de sua obra de destruição.
Golpista de primeira hora, fomentador da direita indigente das ruas, ele foi sendo engolido pelos monstros que criou até terminar humilhado num convescote de seu próprio partido.
Licenciado da presidência do PSDB por causa da propina da JBS, responsável por destituir Tasso Jereissatti, Aécio se isolou. Chegou sozinho ao salão de eventos, não teve assento no palco com os demais líderes, foi vaiado, cumprimentou apenas Fernando Henrique e saiu pelos fundos em 40 minutos.
A imprensa que sempre o adulou não lhe deu folga. Numa coletiva vapt vupt, ele defendeu que o PSDB dê os votos para a aprovação da reforma da Previdência e se mantenha unido para combater adversários “externos”.
Ao final, no Facebook, tentou vender seu peixe.
“Estive hoje na Convenção do PSDB Nacional que celebrou a eleição do governador Geraldo Alckmin como presidente do partido”, escreveu sua assessoria.
“Tenho muita confiança de que estamos prontos para ser o ponto de equilíbrio que o Brasil precisa para voltar a crescer. Estou muito feliz com a unidade que ajudei a construir. E nesses últimos quatro anos em que administrei como presidente o PSDB foi o seu período mais fértil, de maior crescimento do partido”.
Pilhado em gravações mafiosas, desmoralizado, impossibilitado de sair na rua sem ser xingado, Aécio virou um constrangimento para seus colegas. Não que eles sejam melhores, mas ficou claro que permanecer abraçado ao sujeito é suicídio.
Detonou uma carreira que parecia promissora em nome de um projeto vagabundo de poder e de fomentar um ódio insano. Luciano Huck cospe publicamente na amizade que eles tiveram. A mulher, Letícia, deve se perguntar onde foi amarrar seu bodinho.
É um zumbi da democracia. Falta apenas a sova moral de perder em Minas Gerais em 2018. Ninguém vai assistir ao formidável
enterro da última quimera do Mineirinho.