Política nacional-desenvolvimentista, em nosso país, não é uma opção, mas uma imposição moral.
No Tijolaço, por Fernando Brito – Os números publicados hoje pelo Valor, mostrando que o biênio 15/16 – em que o Brasil seguiu a receita do “corta-corta” neoliberal – representou a volta de mais de 5 milhões de brasileiros à linha da extrema pobreza.
Mais bem dito, à miséria que representam R$ 6 de renda por dia, ou um café e dois pãezinhos, isso morando na rua.
É gente de carne (pouca) e osso, a quem a brutalidade com que são tratados vai brutalizando cada vez mais a eles e aos brutos que enxergam a economia como um balancete de firma.
Os Joaquins de Mãos de Tesoura e os Henriques do Teto de Gastos acham que eles são um problema, mas eles são tão brasileiros quanto os “gente fina” que gritam que não vão pagar o pato, nem os impostos e recebem, por isso, perdões e mais perdões tributários.
Inclusão, nas nossas plagas, não é poção, é dever moral e – o que eles não conseguem ver – solução para o país.
A comparação, feita há dias pelo Le Monde, do Brasil com a França do romance Os Miseráveis, de Victor Hugo só peca em uma diferença.
É que aqui os nossos impiedosos inspetores Javert não sofrem do drama moral que fez o personagem do livro se atirar ao Sena.