Qualquer um pode ser condenado na justiça trabalhista, mas a ministra do trabalho, não.
E não pode, porque será ela a cobrar que todos cumpram as normas que delimitam a relação entre patrões e empregados.
A deputada Cristiane Brasil não pode exigir dos outros o que não pratica.
Simples assim.
Mas, quem regula pelas extremidades o conceito de moralidade só se preocupa em tirar proveito de situações.
A deputada que militou pelo golpe pra derrubar a presidenta eleita tinha a moralidade pública como tônica de seus discursos. Tinha, não tem mais.
É ferrenha defensora das reformas aprovadas com chantagens e troca de vantagens no governo corrupto.
Não se constrange em ocupar um cargo com o rótulo de mal exemplo por estar incluída no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT).
A fruta não caiu longe do pé. Cristiane herdou do pai Roberto Jefferson o cinismo, que mesmo condenado por corrupção, com naturalidade ostenta o poder de indicação a ministério.
O descaramento de pai e filha foi barrado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro que manteve suspensa a posse.
A deputada pode experimentar o ‘tchau querida’ que dedicou à ex-presidenta, sem sequer sentar na cadeira de ministra.
Que assim seja e breve.