No Rondônia Dinâmica – Ah, como a política é fascinante, meus amigos… Ela, em sua complexidade chula, tem o condão de ressuscitar paixões antigas, mas, ao mesmo tempo em que detém o poder de aglutinar, demonstra capacidade inexorável de destruição de laços estreitos. Depende da conveniência, claro.
O termômetro que expõe o início das eleições em Rondônia, por exemplo, são os indicativos de rachas e também os reatamentos abruptos.
Expedito Júnior, do PSDB, resolveu andar novamente de mãos dadas com o senador da República Ivo Cassol (PP). Se Cassol for candidato – caso tenha condições de superar os empecilhos legais – a probabilidade de os tucanos indicarem um candidato a vice-governador é enorme, gritante. Palavras de Júnior, inclusive.
Esse regresso de sentimentos remotos, abandonados lá atrás por troca de fagulhas eleitorais, tem nome e sobrenome: popularidade e votos. Muitos votos.
Se Cassol tem o “dedo podre”, como relatei em artigo anterior, e não consegue promover o contágio de seu espectro eletivo, sobressai, apesar disso, sua capacidade de manter-se incólume e angariar cada vez mais admiradores e eleitores em potencial; neste último aspecto o mesmo ocorre com Expedito, sua paixão de verão política. A diferença é que o peessedebista geralmente tem sucesso ao apadrinhar candidatos, incluindo o filho Expedito Netto (PSD) e o próprio prefeito de Porto Velho Dr. Hildon Chaves (PSDB), desconhecido até lançar candidatura em 2016.
Aliás, falando em Netto, o jovem tornou-se um símbolo do rompimento dos Cassol com os Expedito ao protagonizar um vídeo trocando ofensas com o ex-governador após debate promovido em 2014 pela então TV Candelária (atualmente SICtv). À ocasião, Cassol prestava apoio à irmã Jaqueline Cassol (PR).
“Galinha choca”, disse o rapaz ao congressista. E embora eu não saiba exatamente se a expressão deveria soar ofensiva, magoou o suficiente consternando visivelmente o seu Narciso.
Eu te dei meu amor
Por um dia
E depois sem querer te perdi
Não pensei que o amor existia
Que também choraria por ti
Mas tudo passa, tudo passará…
A canção entoada pelo vozeirão do pequeno-grande Nelson Ned deixa claro que o tempo e as necessidades são capazes de superar qualquer problema de relacionamento. E foi o que ocorreu.
E se a reconciliação faz parte do jogo, na outra ponta esfarelam-se aos poucos vínculos sólidos e estreitos, a exemplo da situação vivenciada pelo governador Confúcio Moura (MDB) e seu vice Daniel Pereira (PSB). Ainda que a troca mútua de mimos públicos seja constante, Pereira já deixou claro que não deve arcar com as exigências políticas de Moura. Logo, o sindicalista pediu o divórcio para se casar com outra; no caso, com outro – o senador Acir Gurgacz, do PDT.
O chefe do Executivo, então, passou a cantar a versão brasileira de Tu T’en Vas (Não se vá), de Alain Barrière, imortalizada pela dupla Jane e Herondy.
Não se vá!
Eu já não posso suportar
Esta minha vida de amargura
Não se vá!
Estou partindo porque sei
Que você já não mais me ama…
Amor. Traição. Deslealdade. Paixão. Fervor. União. Descontentamento. Um romance acaba, exsurge novo matrimônio: começou 2018!