82% da riqueza mundial ficou nas mãos do 1% mais rico; dados estão no relatório da Oxfam
Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP)
A riqueza dos bilionários aumentou 13% ao ano, em média, de 2010 a 2017 – seis vezes mais rapidamente do que os salários pagos a trabalhadores, que tiveram aumento de apenas 2% por ano, na média, no mesmo período. Os dados fazem parte do relatório “Recompensem o trabalho, não a riqueza”, divulgado pela organização não-governamental (ONG) Oxfam, nesta segunda-feira (22).
O documento também revela que, ano passado, 82% de toda a riqueza gerada ficou nas mãos de 1% dos mais rico do mundo. Além disso, um aumento recorde de bilionários foi registrado – um a cada dois dias -, chegando ao patamar de 2.043 bilionários no mundo.
“O aumento sem precedentes de bilionários não é um sinal de uma economia próspera, mas um sintoma de um sistema econômico falido. As pessoas que fazem nossas roupas, montam nossos telefones e cultivam nossos alimentos estão sendo exploradas para garantir um estoque constante de bens baratos e aumentar os lucros de empresas e investidores bilionários”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Concentração
Particularmente, no Brasil, de março de 2016 à março de 2017, o país passou de 31 para 43 bilionários. O patrimônio somado dos bilionários brasileiros chegou a R$ 549 bilhões em 2017, num crescimento de 13% em relação ao ano anterior.
Ao mesmo tempo, os 50% mais pobres do país viram sua fatia da renda nacional ser reduzida ainda mais, de 2,7% para 2%. O Brasil tem hoje cinco bilionários com patrimônio equivalente ao da metade mais pobre da população brasileira.
Os novos dados sobre a concentração de renda no país estão relacionados às novas regras que regem a legislação trabalhista. “Entre os fatores que contribuem para esse quadro está a redução de custos trabalhistas, como salários e direitos, para maximizar retornos aos acionistas”, disse Katia.
O levantamento da Oxfam antecede o encontro de empresários e políticos em Davos (Suíça), para mais uma edição do Fórum Econômico Mundial.
Edição: Simone Freire