247, por Esmael Morais – “O MBL prepara nova campanha: Escola de Samba sem partido! Os moleques creem que podem segurar a irreverência do povo brasileiro! Crivella tentou…”, brincou o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc. Não é para menos. O Carnaval do Rio, deste 2018, já entrou para a História como o mais politizado. Teve o “Temer Vampirão” e críticas ao prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRP) que, em plena festa popular, viajou para a Europa.
“O Governo Crivella é um bispo fundamentalista que ficou no Antigo Testamento. Duvido que conheça o Novo. Não quis tocar no bastão a ser entregue ao rei momo. Seria bruxaria para o seu tipo de cristianismo. Por que os cariocas foram escolher um cara que não tem nada a ver com o Rio?”, questionou o teólogo Leonardo Boff.
O prefeito Crivella é representado por boneco de Judas em desfile da Mangueira. A escola fez uma referência à decisão da Prefeitura de cortar a verba destinada às escolas de samba. Uma heresia para uma cidade que respira Carnaval.
O senador Romário (PSB) afirmou que Crivella é “um babaca, um merda” por se ausentar da Sapucaí.
O fenômeno da politização do Carnaval do Rio também foi visto noutras partes do país. Em São Paulo, por exemplo, o cantor Zeca Pagodinho deu um chega-pra-lá no tucano João Doria. O sambista se recusou posar para fotografias ao lado do prefake no camarote da Brahma. Foi um bafão danado.
Em Belo Horizonte (MG), foliões trocaram as tradicionais marchinhas carnavalescas pelo “Volta, Lula” e em Olinda (PE) o grito de guerra, com direito à transmissão ao vivo, era “Fora, Temer”.
Agora, o desfile do Paraíso do Tuiuti — que retratou Michel Temer como o coisa ruim — foi irretocável quanto às denúncias do golpe, da escravidão advinda com a reforma trabalhista, dos manifestantes fantoches que vestiram a camisa da seleção brasileira, enfim, contemporâneo.