No Tijolaço – Uma vergonha, uma infâmia, neste país de 8,5 milhões de quilômetros quadrados – para colocar na linguagem que nos permite medir: 8,5 trilhões de metros quadrados – a notícia, estampada no site do UOL:
Governo não assenta famílias em 2017, e
reforma agrária tem freio inédito no país
Carlos Medeiros, no UOL (trechos)
Há 13 anos no acampamento São José, em Atalaia (a 78 km de Maceió), Francisco Eraldo da Silva, 49, contou oito vezes em que foi despejado e viu sua casa no chão. “A casa é de lona porque, se precisar sair, perco menos coisas.
“Aqui a vida é assim: se não luta, não tem”, conta o agricultor, que nunca teve um quinhão de terra.
A pequena área onde vive com a mulher e duas filhas é uma ocupação da falida usina Ouricuri.
Lá também moram outras 50 famílias que pedem a posse definitiva do local. Mas, se depender do número de assentamentos de famílias por reforma agrária nos últimos anos, a espera vai ser longa.
Esse ritmo vem caindo drasticamente a partir do segundo mandato do governo Dilma Rousseff-Michel Temer. Se, na era Dilma, a reforma seguia a passos lentos, sob Temer simplesmente parou.<
Informações obtidas pelo UOL junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) mostram que em 2017 não houve assentamento de nenhuma família no Brasil.
Desde 1995, quando os dados passam a ser separados anualmente pelo instituto, não era registrado um ano sem famílias assentadas. O menor número havia ocorrido em 2016, quando foram 1.686 famílias. No ano anterior, haviam sido assentadas 26.335 famílias.