Somos poucas em cargos de relevância, trabalhamos mais e recebemos menos e sequer somos ouvidas pela maioria masculina de pensamento arcaico.
Conquistar espaço na política abrirá caminho à mulher em todas as outras esferas de poder.
Mas, como uma nação, estado ou município pode implementar políticas eficazes pra mulheres com tão poucas nos parlamentos?
Somamos pífios 10% de presença nos legislativos e isso precisa mudar.
Estamos na posição de número 154, na lanterna do ranking internacional de participação feminina na política que abrange 193 países.
São vários os obstáculos que produzem esse cenário lamentável.
No caso do Brasil, apesar de termos regra que garanta 30% de participação feminina nas candidaturas legislativas, os partidos não promovem igualdade na disputa.
Muitas mulheres participam do processo de forma fictícia, ou seja, só para que o partido cumpra com a obrigatoriedade da cota por gênero. Na prática, candidatas não recebem tratamento igualitário e isso começa com a distribuição injusta do dinheiro para as campanhas.
Os diretórios são por maioria conduzidos por homens que decidem em quem ‘investir’ mais. No filtro da cúpula partidária, as mulheres são historicamente preteridas.
Os homens têm mais dinheiro pra campanha, se elegem mais facilmente e no poder, decidem – não raras vezes sem ouvir as mulheres – sobre o destino da maior parcela da população que é feminina.
Infelizmente, mulheres também não ajudam a transformar essa realidade.
Por uma espécie de bloqueio cultural veem nos homens a primeira opção de voto.
Para cada 7 vereadores, há apenas 1 vereadora.
E as mulheres precisam mais do que nunca umas das outras, pois sob este governo golpista a ameaça de retrocesso da luta feminina é grande.
As reformas trabalhista e da previdência, bem como a PEC do Teto dos Gastos que congela serviços essenciais como saúde e educação, impactam mais a vida das mulheres.
Aproximar a idade de aposentadoria para homens e mulheres é uma baita sacanagem! É negar que a mulher humanamente diferente e que trabalha mais em função da cultural obrigação com os afazeres domésticos.
Terceirização, trabalho intermitente, cortes de políticas públicas que combatam a pobreza, são medidas que aumentam o peso e as dificuldades da mãe/dona de casa/trabalhadora.
Só um governo que nasceu sem mulheres nos ministérios pode desprezar as diferenças e desigualdade por gênero que são historicamente injustas.
A grande guinada da luta feminina e que contribuirá com a sociedade de um modo geral, se dará com mais mulheres na política.
Mais voz e voto é o que precisamos pra todo dia 8 de março festejar uma nova conquista.