A que ponto chegaremos? Quantos passos demos para o monstruoso retrocesso nos últimos três anos? Impossível calcular, porque às vezes um passo nos transporta há mais de um século.
A marcha a ré tem sido no ‘tranco’, mas em declive, em velocidade.
São racistas e fascistas os que dão uma mãozinha ao Brasil que a maioria não quer e eles estão em todas as esferas de poder.
Por causa dessa turba reacionária e imprestável, alguns direitos que estavam em nossas mãos aparecem desfocados no horizonte, a reconquistar.
O desvio fraudulento no curso da história para derrubar uma presidente eleita, deixou o país mais desigual e perigoso.
Os que se submetiam a avanços, agora se sentem à vontade para promover o retrocesso passando por cima de todos os marcos civilizatórios, inclusive e desgraçadamente, os que têm o poder de dizer o direito.
Foi como uma cuspida na cara ver quem julga calúnia, praticar calúnia.
Pior, foi num grupo virtual com ‘participação exclusiva de magistrados’ que a desembargadora Marília Castro Neves praticou tão grave crime contra a vereadora Marielle Franco que acabara de ser assassinada brutalmente para não lutar mais por justiça social.
E se Marielle tivesse engravidado aos 16 anos e casado com um traficante, como propagou o deputado Alberto Fraga (DEM)? Sua execução poderia insinuar qualquer justificativa?
É claro que não e essa compreensão que a sociedade espera de juízes que não violam seus deveres funcionais com achismos toscos, despropositados em qualquer nação minimante civilizada.
A mim, o que mais choca é que não tenha partido de seus colegas de grupo, magistrados e magistradas, o imediato repúdio e representação no Conselho Nacional de Justiça.
Quantos mais como ela?
Após dias sob artilharia pesada contra sua inaceitável postura, a desembargadora divulgou uma espécie de ‘mea-culpa’.
“Diante das manifestações contra meu comentário, proferido em uma discussão no Facebook de um colega, a respeito da morte da vereadora Marielle Franco venho declarar o que segue: no afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada, noticias que circulavam nas redes sociais. A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema”, escreveu a desembargadora.
“Reitero minha confiança nas instituições policiais, esperando, como cidadã, que este bárbaro crime seja desvendado o mais rápido possível. Independentemente do que se conclua das investigações, a morte trágica de um ser humano é algo que se deve lamentar e seus algozes merecem o absoluto rigor da lei”, concluiu Marilia Castro Neves.”
Nem se livrou do vexame para destruir a reputação da vereadora Marielle, a tal desembargadora atacou com abominável preconceito uma professora com síndrome de Down.
Em resposta à desembargadora, a professora Débora Seabra, autora do livro infantil chamado Débora Conta Histórias, reconhecida com Prêmio Darcy Ribeiro de Educação em Brasília como exemplo no desenvolvimento de ações educativas no país, publicou:
“Não quero bater boca com você! Só quero dizer que tenho síndrome de Down e sou professora auxiliar de crianças em uma escola de Natal (RN). (…) Eu ensino muitas coisas para as crianças. A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais. (…) O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as crianças e todo mundo pra acabar com o preconceito porque é crime. Quem discrimina é criminoso”.
Não! O povo contra Marília Castro, nega perdão.
E o povo protesta desde já, porque banida da privilegiada casta da magistratura não perderá seus vencimentos.
Em janeiro, segundo mostra o site do CNJ, ela recebeu acima do teto constitucional, R$ 51.096,09, dos quais mais de 16 mil se referem a direitos eventuais e indenizações.
Fica a pergunta: a que ponto de depauperamento como nação e sociedade chegaremos por gente do tipo dessa desembargadora?
Que aja rápido o CNJ, para proteger a sociedade.