247 – O jornalista Reinaldo Azevedo defendeu que a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, paute a discussão da prisão após condenação em segunda instância. Em seu blog no site da Rede TV, Reinaldo diz que reduzir a questão ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva é “vigarice”.
“Demorou um tantinho, mas parte considerável da imprensa profissional resolveu ao menos se ater às regras do jogo na cobertura da votação das ADCs (Ações Declaratórias de Constitucionalidade) que tratam da prisão depois da condenação em segunda instância. Sim, a votação acabará tendo interferência no destino imediato de Luiz Inácio Lula da Silva, mas a ele precedem. Um tribunal constitucional não pode ser reduzido a dimensão de um órgão cujo fito é proteger ou punir um homem”, diz ele.
“Penso o que sempre pensei sobre prisão após condenação em segunda instância: se forem perguntar o meu gosto, direi ‘sim’. Ocorre que a Constituição diz ‘não’. Há quem a interprete de outro modo também no Supremo, embora o texto seja claro a mais não poder. Por isso mesmo se faz necessário que o tribunal tome uma decisão à qual se subordinarão todos os entes e juízes quando confrontados com o caso”, defende o jornalista.
“Só gente mentirosa, sem vergonha na cara mesmo, tenta subordinar esse debate a Lula. Ele estaria dado de qualquer modo. De resto, Cármen já não consegue esconder nem de si mesma que, não fosse o ‘fator Lula’ (ou tivesse ela a certeza de que o resultado seria do seu gosto), e a questão já teria ido a voto”, diz ele.