De pedrada à vidraça – O novo desafio de Luciana Oliveira

De pedrada à vidraça – O novo desafio de Luciana Oliveira

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No Rondônia Dinâmica, por Vinicius Canova – Uma mulher que defende mulheres. Uma mulher que defende homossexuais. Uma mulher que defende negros, índios e demais minorias. Uma mulher que defende a procissão irrestrita da fé alheia, inclusive islâmica e de matrizes africanas – e talvez a amizade que detém com o pastor Aluízio Vidal (Rede) devesse descartar a necessidade de dizer expressamente que os cristão estão incluídos aí.

Uma mulher de esquerda num Brasil reacionário, incendiário. Uma mulher que paga caro por posicionamentos rígidos, considerados utópicos ou não. Enfim, uma mulher. A mulher! A mulher que quer ver outras mulheres protagonizando mandatos eletivos na política, incluindo ela mesma. Por que não? É democracia ou não é?

Luciana Oliveira, a ativista que resolver agir em vez de construir lar na república dos pitaqueiros – foi recepcionada na última quinta-feira (22) pelo PSB do ex-prefeito de Porto Velho Dr. Mauro Nazif, do vice-governador Daniel Pereira, do prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires e do deputado estadual Cleiton Roque.

Até aí, apenas um ato de filiação – nada fora do roteiro costumeiro. Mas o acolhimento apresentado pelas autoridades que já pertenciam à legenda e a posição de destaque que a jornalista ganhou durante o evento denotam um respeito adquirido muito maior do que ela poderia supor que nutrisse.

O discurso de Luciana Oliveira durante a solenidade

A situação aparenta a um mero espectador do cotidiano pré-eleitoral como eu, este humilde redator que vos escreve, um poderio espontâneo que contagia pessoas aleatórias do ponto mais alto do escalonado político aos porões da omissão onde gente menos influente e nada favorecida é escorraçada pelo próprio sistema em que vive e ajuda a alimentar – mesmo sem querer.

A coragem é viral; o medo, a subserviência e a covardia, idem. Por isso muitos cidadãos deixam de apresentar opiniões neste panorama cibernético afetado por mentecaptos idólatras que diariamente aumentam o paiol da ignorância com ofensas deliberadas e ameaças veladas à liberdade de expressão e a todas as outras liberdades existentes.

Quando surge uma Luciana disposta a enfrentar esse tipo de comportamento social, ah, caríssimas amigas e grandiosos amigos, o destemor se espalha com a velocidade da metástase abrindo alas para o surgimento de inúmeros outros insurgentes igualmente propensos a alterar o status quo.

Talvez o posicionamento da blogueira na imagem que abre este artigo não seja mero acaso. É provável que Luciana tenha alçado, repito, mesmo sem perceber, um status ímpar de importância social após tantas e incansáveis batalhas coletivas botando sempre à cara a tapa. Ou seja, o que muda na vida de uma pessoa pública que sempre agiu como pedrada ao se tornar vidraça pela primeira vez? De crítica às críticas, qual a diferença agora para quem já apanhou de todos os nichos e absorveu variados formatos de bordoadas? Eu respondo: nada!

Se a profissional de imprensa seguir firme no propósito renovador que norteia suas publicações e ações efetivas, ainda que desagradem a muitos eventualmente, não há o que temer. O povo espera ansioso a essência aplicada à prática. E esse sim é o novo e derradeiro desafio de Luciana Oliveira: não decepcionar.

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