A deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) apontou a mineração e o agronegócio como os setores que mais causam poluição de rios e mananciais no país e defendeu um novo modelo de uso da água, para que sejam evitadas novas catástrofes ambientais como as que ocorreram em Mariana (MG), em 2015, e em Barcarena (PA), neste ano.
Em discurso na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (21), a parlamentar afirmou que o custo do uso comercial dos recursos hídricos no país é “insignificante”, representa elevado lucro das empresas desses setores e “danosas consequências à sociedade”.
“O artigo sétimo dos direitos da água afirma que ela não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. Mas seu uso comercial é o maior causador da sua poluição, como por resíduos de mineração e agrotóxicos. Este modelo precisa ser modificado”, defendeu. “Vamos cobrar providências para punir e sanear crimes ambientais”, afirmou.
A parlamentar citou dados da Comissão Pastoral da Terra que apontam para os conflitos por água no país: 51,7%, ou seja, metade do total, são causados pela mineração. Os ribeirinhos são os mais afetados: 64 conflitos, seguidos por pescadores (31), pequenos proprietários de terra (16) e indígenas (15).
Janete também destacou o problema da seca que atinge mais de 48 milhões de brasileiros, apesar de o país possuir 13% de toda a água doce do planeta, lembrou que 34 milhões de pessoas não têm acesso à rede de abastecimento de água potável.
“O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade para seu uso por conta da distribuição desigual, mas não pode ser tratada como mercadoria pela qual empresas privadas somam lucros estrondosos enquanto milhões passam sede”, criticou.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional