Evanildo da SilveiraDe São Paulo para a BBC Brasil – Os japoneses que imigraram para o Amazonas depois da Segunda Guerra Mundial apelaram à criatividade para conseguir fazer as tradicionais receitas de sua rica culinária. Ao chegar em um local estranho e distante da terra natal, substituíram a soja pela mandioca e transformaram o mamão em picles e saladas, por exemplo.
Mês: março 2018
Equipe jurídica voluntária rastreia posts caluniosos contra Marielle nas redes sociais
Quem compartilhar áudios de WhatsApp ou posts com calúnias contra a socióloga será devidamente processado Leia Mais
Insanas coincidências
O que vejo em comum entre internautas que agora também patrocinam boatos, relativizam ou até festejam o assassinato da vereadora Marielle: Leia Mais
O dia seguinte dos ativistas do Rio: entre o medo e a indignação ativa
Ativistas e especialistas apontam que apenas uma resposta enérgica do Estado garante a segurança dos militantes Leia Mais
CHOVE E FEDE SEM PARAR
É tempo chuvoso, de água a subir calçadas e bueiros a arrotar a catinga da capital. Da parte mais pobre à mais nobre, sobe o fedor das coisas erradas.
É assim desde que aqui nasci e desgraçadamente, posso dizer que piorou muito. Leia Mais
Digo não
Não começa bem o dia em que um amigo virtual se atreve a vir nas minhas publicações pra zombar do assassinato de uma mulher que no poder, pensou mais na dignidade dos outros que na própria vida.
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PORTO VELHO FEZ ATO SIMBÓLICO POR MARIELLE
Foi no fim de tarde, no Mercado Cultural da Capital. O ato simbólico organizado pelo Levante Popular da Juventude reuniu representantes de vários coletivos de mulheres e de movimentos sociais, além da liderança do PSOL, Pimenta de Rondônia. Leia Mais
Por holofote, Expedito Netto critica roupa de Ciro Gomes
Foi só pra ‘aparecer’ que o deputado federal Expedito Netto, do PSD, irritou-se com a vestimenta do vice-presidente do PDT e pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Nervoso, ordenou que na próxima vez que regressasse ao Congresso Nacional, o pedetista “venha com a vestimenta a-de-qua-da, e de terno e gravata”. Leia Mais
SOMOS TODOS(AS) MARIELLE
247, por Frei Betto -Os assassinatos da vereadora Marielle Franco, do PSOL, na noite de 14 de março, no Rio, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, equivalem ao do estudante Edson Luis, no Calabouço, em 28 de março de 1968. Este representou o desmascaramento da ditadura militar e de sua natureza cruel, sacramentada pelo AI-5, a 13 de dezembro de 1968.
Agora, o crime organizado escancara suas impressões digitais e proclama que é o dono do pedaço carioca. Não pretenda a intervenção militar extirpar o conluio entre a banda podre da polícia e o narcotráfico, nem ousar defender os direitos humanos dos moradores de favelas. Este o recado dado.
Os tiros que ceifaram a vida de Marielle atingem todos nós que lutamos para que, nas palavras de Jesus (João 10, 10), “todos tenham vida e vida em plenitude”. A morte dos mártires comprova que em vão a injustiça busca predominar sobre a justiça. Gandhi, Luther King, Chico Mendes são apenas alguns exemplos de como os mortos comandam os vivos.
Em fevereiro de 1987, na Moscou que ainda era a capital da União Soviética, vi imensa fila à porta do cinema próximo à rua Arbat. Exibia-se O arrependimento, transformado em símbolo da glasnot por ter sido proibido durante dois anos, embora seu diretor, George Abuladze, o tenha realizado sob a proteção do então primeiro-secretário do Partido na Geórgia, o ministro das relações exteriores de Gorbachev, Eduard Shervadnadze.
Consegui entrar. O filme, todo gravado na língua da Geórgia, é legendado em russo. Mas a forte beleza das imagens me permitiu entender o roteiro. Trata-se da história do prefeito de uma pequena cidade. Usava bigodinho tipo Hitler, camisa preta ao estilo de Mussolini e cruzava os braços como Stalin. Quando morreu, todos choraram, exceto uma mulher que vivia de fazer bolos em forma de igrejas. Ela era uma das vítimas da prepotência daquela autoridade e insistia em manter o cadáver insepulto. Desenterrava-o a cada noite, para que ninguém se esquecesse daquele que encarnara a opressão.
Marielle é, hoje, uma mulher insepulta. Seu exemplo de vida, seus ideais políticos, sua garra em prol das comunidades marginalizadas nas favelas e das crianças e jovens excluídos de direitos básicos como educação, haverão de perdurar em todos nós que fizemos da vida oferenda destemida para que todos tenham vida.
Somos todos (as) Marielle!