Desordem e destruição

Desordem e destruição

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A prisão do ex-presidente Lula não ilumina o futuro e esta é uma sentença que alcança do mais triste ao mais afogueado neste 7 de abril histórico.

A incerteza dos dias pela frente revela a ineficácia de uma condenação desembestada, porque todos os freios institucionais falharam. Seus efeitos transcendem por qualquer ângulo que se olhe, a liberdade de ir e vir do condenado.

Estamos todos, os afoitos e os entristecidos, sem saber como recuperar o país que protegia sua democracia.

O que se impõe e ameaça o futuro não é só insegurança jurídica, mas também descrédito na política, na função social da imprensa e até na religião que foi usada para fundamentar os atalhos ao breu.

Quem diz ver um foco de luz e confiar no solo em que pisa, mente.

Marchamos na escuridão, com raiva e desesperança.

Sendo certo que há temporais pela frente, convém pensar como será caminhar na incerteza e em solo arrasado.

A floresta recebe 80% da água da chuva, lentamente segue o benéfico destino de escorrer, infiltrar folhagens e troncos e concluir seu belo caminho deslizando no solo fértil.

Em solo devastado, com impacto de 100% da água, o que surge é a erosão.

O desmoronar é silencioso e muitos só percebem quando o cenário se torna irreconhecível e recuperável a longo prazo.

Esse foi o caminho de Lula à prisão num processo erosivo que abalou a credibilidade de todos os poderes constituídos.

Não sabemos da destruição daqui pra frente, mas o que perdemos dá pra sentir no bolso e no coração.

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