Iniciativa reúne PT, PCdoB, Psol, PDT, PSB, PCB e PCO, além das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo
Cristiane Sampaio
Brasil de Fato | Brasília (DF)
Sete partidos do campo progressista lançaram, nesta quarta-feira (18), na Câmara Federal, em Brasília (DF), o “Manifesto pela democracia, a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro”.
O documento formaliza o diálogo institucional entre PT, PCdoB, Psol, PDT, PSB, PCB e PCO para compor uma ampla rede de defesa dos valores democráticos. As Frentes Brasil Popular (FBP) e Povo sem Medo também assinam o manifesto.
A presidenta do PCdoB, Luciana Santos, explicou que os grupos buscam uma afinidade programática que possa não só retirar o país da crise generalizada, mas também resgatar direitos que estariam em xeque no atual contexto.
Segundo ela, o lançamento é um ponto de partida para aglutinar diversos apoios. A frente pretende buscar entidades, igrejas, organizações políticas e atores do setor produtivo. “Isso aqui é um embrião para um grande entendimento, para um pacto”, completou a presidenta.
Segundo os articuladores, a ideia do movimento é estimular um amplo debate nacional a partir de três eixos de atuação. O primeiro deles é a defesa das liberdades democráticas, dos direitos políticos e de eleições livres.
A prisão do ex-presidente Lula (PT) foi lembrada por todos os presentes como um a tentativa de manipulação do jogo eleitoral de 2018.
O presidente do Psol, Juliano Medeiros, assinalou que o momento atual pede uma união das diferentes forças progressistas em defesa da democracia. “Hoje foi o Lula que foi preso sem provas, amanhã pode ser uma liderança do Psol, do PDT, do PSB, do PCdoB, do PCB”, enfatizou.
O enfrentamento à violência disseminada por grupos de extrema-direita é o segundo eixo do manifesto. A rede progressista pretende fortalecer o combate ao discurso de ódio e às diferentes facetas da violência.
O psolista destacou, por exemplo, que o cerceamento das liberdades políticas é responsável direto pelo assassinato de lideranças. Ele lembrou a morte da vereadora carioca Marielle Santos (Psol) e de outros líderes.
Somente em 2017, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 70 assassinatos decorrentes de conflitos no campo.
“As divergências políticas deram lugar a uma escalada preocupante de violência política, ódio e intolerância”, ressaltou Medeiros.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, destacou a preocupação com a atual postura do Estado brasileiro diante dos ataques aos setores populares e progressistas e informou que a frente pretende ampliar as denúncias dentro e fora do país.
“Não podemos deixar isso ser naturalizado. É obrigação da gente se unir agora pra enfrentar a barbaridade que há no Brasil e fazer com que isso se torne público aos olhos do mundo”, completou.
O terceiro eixo programático é a defesa dos direitos sociais, da soberania e do patrimônio nacionais.
O documento ressalta o combate ao desmonte de direitos historicamente conquistados, como as garantias trabalhistas, e à política de privatizações. A flexibilização da legislação ambiental também é citada no manifesto.
O dirigente Alexandre Conceição, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), destacou a importância de o documento se converter em novas e maiores mobilizações populares pela garantia de direitos. “Ele só terá beleza quando tiver vida nas ruas. É momento de rua, de unidade popular, pra que a gente possa avançar e transformar esse manifesto na vitória democrática e popular”, bradou.
Segundo os organizadores, o manifesto continua aberto para novas adesões.
Edição: Diego Sartorato