Em qualquer temporada de eleição que seja os artífices da bajulação deleitam-se com os ossos roídos de mandatários cíclicos
VISÃO PERIFÉRICA, POR VINICIUS CANOVA
Porto Velho, RO – Impressiona como supostas autoridades e ex-mandatários enfurnados até o pescoço em campanhas eleitorais politiqueiras conservam laços estreitos e amistosos com ala dos veículos de comunicação geralmente ouriçada pelo níquel; além, é claro, da mão amiga estendida diuturnamente aos respectivos empresários do setor desde que a veia norteadora do jornalismo seja publicitária e marqueteira – chapa branquíssima.
O deletério osso roído do Poder é refeição una num cardápio de concessões mútuas entre um trabalho de construção de imagens falseadas lançadas diretamente ao ideário popular e o devido retorno em espécie ou transferências bancárias.
Nestas plagas tupiniquins, margeiam-se qualidades inexistentes do cacicado cíclico cuja única mudança a cada quatro anos é exclusivamente traduzida em rostos e nomes diferentes enquanto os mandatos em si detêm, invariavelmente, o mesmo DNA defeituoso.
Não há espaço sequer para um pio crítico!
O calendário denuncia a chegada do cio das cortesãs da curriola e a nobreza que as banca, por sua vez, jaz entumecida na alcova. É o período fértil da libido aguçada por numerários, do esporro dos montantes.
E o débito aplaca e silencia o urro contido da libertinagem periódica.
A temporada expõe discursos motivadores sobre mudanças, acerca da importância da democracia no Brasil – tudo de fora para dentro.
Internamente, há um relacionamento eterno e simbiótico de agentes que emperram quaisquer possibilidades no sentido de alterar o establishment.
Não se engane!
Ainda que eventualmente possam existir chances mínimas de substituições em alguns organismos aqui e ali, o corpo todo é quem dá as cartas na vida político-social de um país.
E parte significativa do todo quer continuar transando nas camas baratas do baixo meretrício midiático; lado outro, as marafonas estão satisfeitíssimas com o troco largado pelos comandantes do zepelim.