Tirando sarro, mas mostrando a realidade nua e crua das coisas, as postagens dão vazão para críticas sociais e a censura já tenta imperar sobre a vitrine negativa
POR RONDÔNIA DINÂMICA
Porto Velho, RO – Postagens hilárias envolvendo personagens icônicos como a “sedutora” Sarita da Sete, o humilde músico Roberto Brega e a alegre, querida e reluzente Bailarina da Praça são constantes em páginas de comédia no Facebook, a exemplo da “Humor em PVH”, “Humor Rondoniense” e a do programa “Vai Lá, Sabido”.
Com os números somados, esses grupos ostentam quase um milhão de seguidores e a vitrine para os mais variados embates se estende também a outros rincões brasileiros.
Os usuários se divertem com singularidades regionais ao mesmo tempo em que se deparam com questões de ordem ético-morais à mesa de discussão.
Para se ter ideia, o caso peculiar da Menina do Salsichão – digital influencer (?) que se autoproclamou pessoa pública (?) – foi alvo de altíssima repercussão por conta da empáfia de sua protagonista que, a despeito de tentar entreter seus seguidores, resolveu condenar a atitude de uma mulher que dividiu a conta do cachorro-quente com seu companheiro, tratando o assunto como espécie de aberração alienígena.
O tiro saiu pela culatra.
O posicionamento mesquinho, superficial e extremamente fútil de quem parou o que estava fazendo para fiscalizar a vida alheia rendeu tanta bordoada que a moça acabou perdendo o prumo e, ainda assim, ao maior estilo psicologia reversa, continuou fazendo troça da desgraça propalada mesmo após chorar enquanto pedia desculpas e tentava se justificar.
Mas isso é apenas um reflexo de como um ímpeto narcisista pode chamar a atenção de forma extremamente negativa.
De fato, estão nas figuras públicas de verdade os maiores espectros depreciativos – e virais – que giram em torno dos posicionamentos mais contundentes apresentados pelos internautas.
Algumas autoridades sabem lidar muito bem com isso; outras nem tanto.
Garçon é “alvo” preferido das páginas de humor / Humor Rondoniense
Os cidadãos podem amar ou detestar o deputado federal Lindomar Garçon (PRB), mas verdade seja dita: a má fama de papagaio de pirata e as sucessivas críticas relacionadas ao seu mandato expostas por essas páginas de humor jamais o compeliram a tentar censurar a liberdade de expressão.
Mesmo que esteja munido da máxima “falem mal, mas falem de mim”, o parlamentar leva a coisa na galhofa e até curte algumas postagens.
Página faz piada com o presidente da Câmara de Porto Velho / Humor em PVH
Não é o caso da colega de parlamento Mariana Carvalho (PSDB), que moveu ação de indenização por danos morais contra a “Humor em PVH”; ela pede ao Judiciário nada menos do que R$ 20 mil pelas supostas violações morais.
Entre outros pontos significativos, o juiz que negou a liminar solicitada pela tucana para que as inserções fossem retiradas pelo administrador da página disse algo diretíssimo e importante: “Censura não é possível!”. E basta.
Às vezes os administradores não precisam nem se esforçar / Humor em PVH
Presidentes, prefeitos, governadores, vereadores, senadores da República, deputados federais e estaduais, secretários, enfim, todos estão sujeitos ao crivo popular através de matérias exortadas de forma jocosa e em temáticas atemporais; um passo em falso dado lá em 2014 pode e deve ser rememorado agora, ano de eleição.
E é assim que o humor se torna coisa séria: quando a realidade tragicômica passa a incomodar homens e mulheres que deveriam nos representar com honestidade, decência, caráter e determinação.
Então, que o riso do eleitor seja o choro do perdedor em 2018.