A Centrais Elétricas Brasileiras – Eletrobras, através de seu Presidente Wilson Pinto, vem escondendo as reais situação da Ceron – Centrais Elétricas de Rondônia, empresa que sob a coordenação do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Social, pretende privatizar no próximo dia 30 de agosto, juntamente com outras distribuidoras de energia elétrica dos Estados de Acre, Amazonas e Roraima.
Inicialmente a Eletrobras e o BNDES, como estratégia para justificar a privatização dessas empresas, apresentam informações distorcidas sobre as reais situações dessas empresas, informando para a sociedade apenas os seus resultados, se omitindo totalmente quanto quais as causas desses resultados, que são decorrentes de entre outros fatores, das constantes mudanças nas regras do setor elétrico; dos elevados custos para a manutenção dos serviços em localidades que não estão interligados ao chamado “linhão”, que apesar de ter parte desses custos subsidiados por consumidores de todo o Brasil, há um grande descompasso entre a realização das despesas e o ressarcimento de parte por parte dos órgãos gestores dos fundos setoriais. Mas para esses órgãos, os únic os responsáveis são os empregados dessas empresas que não possuem qualquer influencia nas decisões de gestão e ainda são chamados de “vagabundos”.
A Eletrobras e o BNDES, apesar de espalhar em todos os cantos que o processo está sendo transparente, que todas as informações sobre a Ceron, estão no tal de “escritório virtual” que teve o acesso pelos potenciais interessados fechado na última sexta feira (24), tem adotado na prática um procedimento totalmente diferente, o que pôde ser constatado em diversos momentos, como no caso mais ressente, a condenação da Ceron em todas as instâncias numa Ação Civil Pública demandada pelo Ministério Público de Rondônia (001080-87), relacionada a qualidade dos serviços no Município de São Felipe do Quaporé, onde o pedido na inicial foi de 83 milhões de reais. Para essa ação não existe mais recursos, a não ser que sejam aqueles chamados de “recurs os protelatórios” feito geralmente pela parte perdedora na ação, com o propósito único de “ganhar tempo” ou “dar um barrigaço” no cumprimento da decisão.
Segundo fontes da empresa, essa informação não constou do “escritório virtual” da Ceron e por consequência os grupos econômicos interessados na aquisição da concessão dos serviços, não foram informados sobre a mesma, com isso, foram cerceados de contabilizar esse custo em suas propostas no leilão do dia 30 de agosto. Empregados da Ceron afirmam que existem outras informações e projeções com esse grau de influência no processo que foram sonegadas para a sociedade e os grupos econômicos interessados.
Ocorre que o passivo dessas distribuidoras, que pode representar uma dívida que pode chegar a 19 bilhões de reais, com a não aprovação de lei pelo Congresso Nacional antes do dia 30 de agosto, passando essa dívida para a Eletrobras vender essas empresas por 50 mil reais cada, negócio que não se faz “nem de pai para filho”. No caso da Ceron tem passivo junto ao fundo setorial CCC – Conta de Combustível Fosseis da ordem de 2,5 bi; autos de infração de ICMS com estado da ordem de 1,3 bi, que por sinal tende a ter parecer da PGE – Procuradoria Geral do Estado contrário a celebração do REFINS proposto; passivos de ações judiciais já provisionados de 1 bi; dívida com a BR Distribuidora decorrente de c ombustível para atender os serviços nos municípios não interligados ao “linhão” de 2,5 bi e outras dívidas não relacionadas.
Na segunda (27) encerra o prazo máximo para os grupos econômicos apresentarem as documentações exigidas e suas propostas. Informações do BNDES (Leila Coimbra da Agência INFRA), tiveram acesso aos “escritórios virtuais” dessas empresas os grupos de investidores da Energisa; Equatorial; Neoenergia e CPFL. Como trata-se de “um jogo de cartas marcadas”, todo mundo do setor sabe que no caso da Ceron e Eletroacre o “provável ganhador do certame” será o Grupo Energisa, que já vinha “investindo” de forma indireta nessas empresas desde que a gestão delas foram centralizadas na Eletrobras controladora, e passou a ser dirigida por pessoas com fortes ligações com o mencionado grupo, que por sinal implantou praticamente o seu sistema de TI – Tecnologi a de Informação nas referidas empresas. Pagar para ver.