Em artigos anteriores publicados nesse blog, afirmei antecipadamente e categoricamente, que o grupo de investimentos que seria consagrado vencedor do certame licitatório Leilão 02/2018 do BNDES realizado dia 30 de agosto passado, que privatizou as distribuidoras de energia elétricas dos Estados de Rondônia e Acre, ou seja, a nossa Ceron – Centrais Elétricas de Rondônia e a Eletroacre – Centrais Elétricas do Acre, seria o Grupo Energisa, que hoje já atua no Sul-Suldeste, nos Estados de Sergipe; Paraíba; Minas Gerais; Tocantins; Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Não deu outra “acertei na mosca”, mesmo sem ser nenhuma vidente.
A segunda questão que anunciei, também antecipadamente, foi de que o preço da energia, elétrica sob o controla dessa empresa privada, iria subir de imediato. Não deu outra, no “Estadão Conteúdo” do dia seguinte ao leilão (31.08.2018) já estava estampado a seguinte notícia “Energisa ingressará com revisão tarifária em Ceron e Eletroacre imediatamente’”. A mesma notícia já foi veiculada pela uol.economia, IstoÉ e outros órgãos de imprensa. Ou seja, aquela “redução do preço da tarifa” de 1,75%, tão explorado como resultado do processo de privatização, não vai nem ser sentida com as duas revisões tarifárias que a Energisa deve pedir, sendo uma tão logo assine o contrato de concessã ;o, previsto para até final de novembro/2018 e outra nos primeiros cinco anos de concessão, isso sem contar os reajustes que são realizados anualmente. Coitados de nós consumidores.
Esse processo de privatização, que avançou em mais uma fase, sem que questões de extrema relevância sejam equacionadas, como, por exemplo, quem será responsável pelos passivos dessas empresas, onde num dos caso, na Ceron, existe um de elevado passivo com o Estado de Rondônia, decorrente de autos de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços, que somente de valores já autuados ultrapassam mais de um bilhão de reais. Ss órgãos de fiscalização estadual quanto os federais precisa ter uma lupa nesse processo, para evitar que Rondônia não tenha que suportar prejuízos imensos como no caso do ex BERON – Banco do Estado de Rondônia ou a União não tenha que assumir um passivo elevadíssimo, somente para “viabilizar” a entrega desse patrimônio público que contribuiu para o desenvolvimento do Estado de Rondônia por décadas, seja vendido por um valor simbólico de cinquenta mil reais.
Por enquanto, os reflexos mais imediatos estão sendo suportados pelos (as) trabalhadores (as), da Ceron e Eletroacre, a maioria com mais de trinta anos de serviços prestados na empresa, que apesar de se tratar de uma mão de obra qualificada, dificilmente encontrarão uma recolocação no mercado de trabalho em decorrência de possíveis e temerosas demissões de boa parte deles, principalmente diante da crise econômica por que passa o pais. Como amiga de muitos deles, me solidarizo a esse momento de aflição e insegurança de todos e digo esperar das autoridades locais de nacionais, que não permitam que na fase final de atividade laboral dessas pessoas, não venham receber como “prêmio” suas demissões.