POR VINICIUS CANOVA
‘O Espectador’ analisou nuances paralelas ao debate entre candidatos realizado no campus UNIR na última segunda-feira, 10
Porto Velho, RO – A imagem diz tudo. Expedito Júnior (PSDB), Acir Gurgacz (PDT) e Maurão de Carvalho (MDB), como costuma dizer a juventude, arregaram.
Além deles, o coronel Marcos Rocha, do PSL, retrataria muito bem o linguajar policialesco, também deu o pinote.
Do lado de fora do auditório Paulo Freire, lotadíssimo por dentro, um grupelho acadêmico metido a revolucionário revezava o megafone para entoar palavras de ordem contra o processo democrático – ao qual se referia reiteradamente como farsa.
Eis a UNIR: o ambiente universitário que, entre magnetismos atrativos de ideias e repulsas desvairadas em pontos e contrapontos, denota de maneira discricionária o que há de melhor na democracia e sua pluralidade. No caso, é preciso tirar o chapéu e louvar aos realizadores do evento. As devidas láureas a Paulo Henrique Lora, do Centro Acadêmico de Direito (CAD5), Taís Leite, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Raildo Sales, apoiador do Movimento Estudantil.
Pois é…
Vinícius Miguel (Rede), Pedro Nazareno (PSTU), Pimenta de Rondônia (PSOL), Coronel Charlon (PRTB) e o Comendador Valclei Queiroz (PMB) aceiteram o convite da instituição e… aparecem lá, incrível!
A despeito de “jogar em casa”, digamos assim, Vinícius Miguel saiu da fidalguia convencional sem abrir mão da fineza que rege os seus discursos.
Ignorou o ímplicito compadrio político entre postulantes e, subliminarmente, deu um recado fortíssimo logo de cara.
Aproveitou o ambiente acadêmico para reforçar a crítica voltada a ‘gazeteiros’ e, de forma alusiva, envolveu os faltosos que correram do debate.
Quem aceita um compromisso, como o nome já diz, não tem o direito de faltar sem atestado médico. Acir talvez tenha, vez que provavelmente abalroado por pesadíssimo episódio de transtorno depressivo, creio.
O resto, não.
Já no caso de Expedito, enviar Maurício Carvalho para passar vergonha, sejamos honestos, foi o ápice da covardia; por outro lado, não se sabe o que passou na cabeça do presidente da Câmara. Ímpeto narcisista ou ingenuidade pura?
Não é qualquer um que aceita o papel de bobo com toda essa pompa de autoridade, embora há quem tenha compreendido a postura como ato de coragem e destemor político. Nesse caso, cada um na sua…
A verdade é que Expedito, goste dele ou não, sabe jogar e, convenhamos, não está entre os maiores fãs dos Carvalho. Logo, lançar o irmão de Mariana na ‘fogueira’, longe de ser uma estratégia política, soa mais como a satisfação de uma vendeta tucana: foi pluma pra tudo quanto é canto.
Tirando tudo isso e esquecendo rapidamente a marmotagem dos faltosos, houve as tradicionais pinceladas pitorescas, como a política de Charlon para combater a violência contra a mulher: treinar delegadas para que sejam ‘escrotas’ com homens eventualmente detidos por agressão às suas companheiras, enfim, descer o cacete sem dó nem piedade.
Mesmo sendo uma grande idiotice é preciso frisar: pelo menos ele estava lá, ainda que pra dizer essa besteira monumental.
Por fim, é de se contorcer e agonizar em descrédito quando os três primeiros colocados nas pesquisas ignoram de forma deliberada um embate retórico exclusivamente sobre educação.
Sem holofotes, não há espaço para pavões e suas parvoíces.
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A íntegra do debate você acessa no link disponibilizado pelo Painel Político clicando aqui