A ONDA BOLSONARO FARÁ BEM AO BRASIL. DEPOIS DE MUITO CALDO

A ONDA BOLSONARO FARÁ BEM AO BRASIL. DEPOIS DE MUITO CALDO

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Não pense que é fácil para uma militante progressista concluir que o país precisa estrebuchar para recuperar o vigor de sua democracia.

Mas, convenhamos, estranho seria se não defendesse a soberania das urnas, por pior que seja o resultado.

É muito forte a representação que o PSL conquistou com Jair Bolsonaro, 52 cadeiras na Câmara contra 1 em 2014.

Em 2010, o partido não tinha nenhum senador e agora tem 4.

Entre as duas eleições, o número de policiais e militares eleitos para o Legislativo saltou de 18 para 73 e destes, 43 são do PSL.

Eduardo e Flávio Bolsonaro se elegeram com votações expressivas e até o ex-ator pornô Alexandre Frota, se deu bem defendendo os ‘valores’ morais, éticos, patrióticos e familiares de Jair.

Não é uma onda, mas um tsunami que devastou a consciência de uma parcela enorme da sociedade.

Nos estados que terão segundo turno para escolha de governadores, há disputa pelo apoio ao presidenciável de extrema-direita.

Em Rondônia, o candidato do PSDB, Expedito Júnior (ex-senador cassado), declarou apoio em sentido oposto ao de líderes tucanos como FHC e Alckmim.

A disputa será com o coronel Marcos Rocha que só por ser do PSL, se segurou firme na prancha quando ninguém apostava que conseguiria surfar na onda Bolsonaro.

O ‘larga que é meu’ é o triunfo da política do oportunismo nestas e outras plagas.

Passar por Bolsonaro, seus surfistas e eleitores, pode ser a única forma de recuperarmos o medo de sermos tragados pela onda do fascismo.

Os alertas foram dados pelos quatro quantos do país e mesmo assim, a fila foi grande para o mergulho de cabeça.

É melhor já ir se acostumando com mais violência, porque absolutamente nada indica que é seguro correr o risco do presidente despreparado, mau e hipócrita.

Não pego essa onda que vai quebrar com violência e causar estragos que só serão recuperados com anos ou décadas.
Os ‘caldos’ deixarão muitos nus e talvez os vexames, nos devolvam a vergonha.

Parafraseando Rui Barbosa, “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus”, recuperemos o voto consciente.

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