– Luciana, você é uma mulher tão inteligente e vai votar nulo para governo?
O voto nulo é um direito numa democracia.
É a opção para o eleitor que não tem a opção ‘menos pior’.
Não se confunde com a covardia da neutralidade, sobretudo dos que têm o dever se posicionar diante do pior.
Voto nulo, em branco ou abstenção, são alternativas legítimas a quem não quer legitimar um ou outro candidato como representante do povo.
É de critério meramente ideológico o voto nulo.
E dói fazer essa escolha, acredite.
Quando anunciei meu primeiro e espero que último voto nulo, não o fiz como sugestão a ninguém.
Temos dois candidatos e ambos apoiam Jair Bolsonaro à presidência da república.
O coronel Marcos Rocha será uma desgraça para Rondônia, sobretudo porque é um estado que está sempre no topo das estatísticas de mortes por conflitos agrários. Se diz como Bolsonaro, logo, o pior está por vir.
Expedito Jr., ex-senador cassado, é, quem estiver mais próximo do poder. Não titubearia em se acomodar à nova ‘ordem’ de um governo reacionário e autoritário com a mesma motivação oportunista: manter apoio político e aprovação popular.
Ambos têm por trás de suas campanhas forças políticas nefastas.
Não emburreci por decidir votar nulo.
Só não quero escolher entre o ovo e a serpente.
Quem calcula como útil o voto num para impedir outro e que me chama atenção para fazer o mesmo, deveria ter se dedicado no primeiro turno para eleger o candidato que segundo seus cálculos, seria o menos pior e com mais chances de passar de fase.
Errou feio em não prever o candidato do PSL na final da disputa majoritária.
Ele estava aqui o tempo todo e ninguém viu.
Todos fracassamos ao subestimar o óbvio que saltava aos olhos.
Agora é tarde para impedir a serpentinha ou a serpentona e como bom calculista, deve saber disso.
O ovo está sendo chocado e você não viu.
Por que devo seguir tua orientação?
Quem tanto se dedica a promover a obviedade, falha na interpretação do comportamento humano num cenário político de delírio.
Meu voto nulo dói e nenhum cientista pode calcular quanto.
Entrei em lutas insanas com inegável injusta paridade de armas, mas com valores intactos.
Dizer não no segundo turno desta eleição é direito de resposta por não me sentir representada pelos candidatos em disputa.
O que tiver que acontecer, não será por culpa do meu voto nulo.
Lutei e lutarei sempre contra quem apoie Bolsonaro.