SALDÃO DO JAIR – A fila ainda se estende por quilômetros em frente ao condomínio onde mora o presidente eleito Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro.
No The Piaui Herald
São milhares de brasileiros que acordaram cedo e se dirigiram ao local na esperança de aproveitar o Black Friday para realizar o sonho do ministério próprio. O otimismo dos consumidores aumentou ontem, quando Bolsonaro tornou público, durante a queima de estoque da democracia, que duas pastas em promoção haviam sido arrematados pelo mesmo comprador: o filósofo e ex-astrólogo Olavo de Carvalho.
“Essa, meus caros, é a essência do capitalismo: oportunidade”, gabou-se Olavo de Carvalho num longo vídeo de unboxing de seus novos mimos – os ministérios da Educação e das Relações Exteriores –, que ele postou nas redes sociais. “Deus ajuda quem cedo madruga. Eu madruguei por anos a fio criando teorias, subindo vídeos e mandando mensagens de WhatsApp para o Bolsonaro. Adquiri pontos no programa de fidelidade e agora os troquei por esses dois bonecos incríveis, que vão arrebentar no jogo de War que vou promover na Esplanada dos Ministérios”.
Apesar da euforia, houve quem reclamasse, em Brasília, de um suposto favorecimento de Olavo de Carvalho. “Eu tô há mais de mês batalhando por qualquer ministério, vou na casa do Jair, como pão com leite condensado, canto música romântica, abençoo o governo dele e na hora do vamo ver, que que eu ganho?”, comentou um charmoso senador não reeleito que não quis ser identificado. “E aí chega esse Olavo aí, que mora nos Estados Unidos, e tem acesso à Black Friday antes por causa do fuso horário. É muito injusto.” Pelo Twitter, Bolsonaro chamou o boato de fake news: “E tem mais, tá ok? Black Friday agora é sexta verde e amarela, que aqui no meu governo não vai ter essa coisa de cota pra Black.”