O jornal francês Libération destacou que “ameaçado de morte, o único deputado brasileiro abertamente gay deixa a política e se exila”
Na Exame
São Paulo — A decisão repentina de Jean Wyllys de deixar o Brasil e não assumir seu terceiro mandato como deputado federal pelo PSOL, devido às ameças que vem recebendo, foi descrita pela imprensa internacional como uma situação de violência e de exílio.
Primeiro parlamentar a defender abertamente a bandeira dos LGBT, anunciou nesta quinta-feira (24) que se “dedicará à vida acadêmica”.
O jornal francês Libération escreve em sua manchete: “Ameaçado de morte, o único deputado brasileiro abertamente gay deixa a política e se exila”.
A publicação descreve que Wyllys era oposição do presidente Jair Bolsonaro e relembra que ele vivia sob escolta desde o assassinato de Marielle Franco.
“Oponente do presidente Jair Bolsonaro, em quem cuspiu no dia da destituição de Dilma Rousseff, em 2016, após ouvir dele declarações homofóbicas, Wyllys vivia sob escolta policial depois do assassinato, em março, de sua colega no PSOL Marielle Franco, ela também ativista negra e bissexual”, escreve.
O New York Times destaca a frase de Wyllys de que ele “precisa se manter vivo” e afirma que seguidores do presidente Bolsonaro reagiram com “comentários homofóbicos” ao anúncio .
No texto, o jornal americano escreve: “Logo após a publicação da entrevista de Wyllys, Bolsonaro, que esteve em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial, twittou ‘Great day!’ E um emoticon de polegar para cima”.