Não vivo dias de raiva, mas de angústia e tristeza com o Brasil, com meu Estado, minha cidade e com gente que eu gostava pra caramba e agora não faço questão pelo que apoiam de barbaridades.
Por mais que alguém esteja gostando desse tempo, não pode dizer que está bonito e prazeroso.
Não pode dizer.
Não é divergência política o que vem implodindo relações e perspectivas positivas de futuro.
O debate sobre sistemas politico-econômicos ultrapassou a fronteira da desumanidade.
É tempo de humanos que odeiam Direitos Humanos.
De médico que sugere antecipar morte de quem não gosta por posição político-partidária.
De desembargadora que sugere paredão de fuzilamento a quem não gosta por posição político-partidária.
De ministro da Justiça que propõe deixar impunes policiais que matem por “medo, surpresa ou violenta emoção.”
De presidente da república que tira onda em rede social, de deputado que foge do país por ameaças de morte.
Triunfa a banalidade do mal.
Celulares são lançadores de mísseis intercontinentais de ódio.
Em conversa com uma amiga tentamos imaginar o tipo de homo depois do sapiens.
Homo escrotos.
Só pode.
Por sorte, devo morrer antes de comer um coração à milanesa e postar a foto na internet.
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