247 – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, divulgou nota denunciando ataques que vem sofrendo nas redes sociais com disseminação de notícias falsas.
“Bateram na porta errada, pois acredito que a função da Ordem nessa quadra histórica é criar no mundo do DIREITO, pressuposto da democracia, um ambiente capaz de produzir discussões técnicas que possam garantir o exercício livre da DEFESA, com a máxima liberdade de manifestação das ideias. Construir pontes onde há pessoas cavando fossos e, assim, alcançar alguma paz social. Por óbvio, quem se alimenta e vive do ódio não quer a superação do momento de conflito agudo”, disse Santa Cruz.
Leia, abaixo, a nota na íntegra:
Amigos,
Nas últimas 24 horas tenho sido alvo de furiosos ataques nas redes. Robôs pagos por movimentos extremistas e pessoas levadas por falsas manchetes simplesmente ocupam a rede com violentas mensagens, algumas verdadeiramente preocupantes, como aquele que diz que “as redes sociais querem o meu FIM”. O crime que justificaria minha eliminação? Dizer que há no país ampla garantia para qualquer investigação, que há no país absoluta unanimidade sobre a necessidade da luta contra a impunidade, mas que o país é muito mais do que isso e que precisa urgentemente, entre outras coisas, reencontrar a agenda do crescimento econômico que possa devolver a esperança de dias melhores ao nosso povo. Sim, defendo que o Estado não gera riquezas e que a estabilidade jurídica deve ser rotina dos povos que querem progredir através do trabalho, do respeito ao meio ambiente, às minorias, aos contratos etc.
O ataque que sofro, travestido e insuflado pela falsa motivação de uma declaração que não dei sobre fim imediato de qualquer investigação antes que se esgote o seu objeto, com o uso danoso e cotidiano de notícias falsas, demonstra claramente a intenção de calar nossa voz através do medo. Bateram na porta errada, pois acredito que a função da Ordem nessa quadra histórica é criar no mundo do DIREITO, pressuposto da democracia, um ambiente capaz de produzir discussões técnicas que possam garantir o exercício livre da DEFESA, com a máxima liberdade de manifestação das ideias. Construir pontes onde há pessoas cavando fossos e, assim, alcançar alguma paz social. Por óbvio, quem se alimenta e vive do ódio não quer a superação do momento de conflito agudo. Não quer ouvir sobre o DIREITO de ninguém, sobre o drama do próximo.
Muitos se deixam levar pelo rancor movidos por compreensível desesperança. Como eu disse na minha fala de ontem na Bahia: vamos dialogar através do DIREITO, não ocupamos a arena da política partidária e buscaremos atrair para esse debate até os que, polarizados e cegos por ideologias, não acreditam ser possível superar o atual momento. É uma grande tarefa que precisa de toda a advocacia do Brasil. Ou é isso ou, calados, cuidando justa e pacatamente das nossas vidas, mesmo sendo a maioria silenciosa, nos deixaremos levar pela frustração, imputando aos outros todas as nossas decepções com as graves falhas do mundo que nos cerca. Alguém acredita que o ódio constrói? Fé na vida…