“Vá fantasiado, com muito amor e paz no coração! ”, pede o fundador do bloco mais democrático de Porto Velho, Ernande Segismundo.
Como o bloco não vende nada, não tem cordas, nem abadá, todos podem participar da folia do Pirarucu do Madeira que completa neste carnaval 26 anos.
O desfile tem tudo para ser histórico, pois as Escolas de Samba serão homenageadas com seus pavilhões à frente do cortejo popular momesco.
“A intenção é mostrar a importância e a força de uma tradição que nasceu praticamente junto com a capital”, diz Segismundo.
A marchinha composta pelo trio de ouro, Bainha, Oscar e Zé Baixinho é manifesto de afirmação cultural.
“Deixa Falar, Deixa pra lá
Dane-se quem me odeia
Eu sou eu, sou cultura brasileira
Sou Pirarucu do Madeira
Minha fantasia é séria
Meu bloco respeita a tradição
Reverencia as Escolas de Samba
De ontem
Vivas no meu coração.”
Quem arrasta o desfile é a banda Puraqué que tem 12 integrantes e toca com os pés no chão.
Por ser democrático, a cada ano novos bloquinhos se integram ao desfile que tem também grupos do teatro, de percussão, de protesto e de poesia.
“No Pirarucu a única discussão que se instala todo carnaval é para aumentar o percurso do bloco que começa na esquina das ruas Pinheiro Machado e Rogério Weber, segue até a Tenreiro Aranha e retorna pela Carlos Gomes.”
O bloco há muitos anos decidiu fazer folia mais cedo, sem trio elétrico e com trajeto mais curto para garantir segurança aos foliões.
“A essência do Pirarucu é o carnaval tradição que permite a participação de crianças, portadores de deficiências, idosos, de famílias inteiras. Nós estimulamos a cultura democrática e de paz no carnaval”.
A concentração é a partir das 15 horas, ao lado do Poliesportivo Deroche Pequeno Franco.
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