Bolsonaro não disparou contra as vítimas da escola em Suzano.
Mas, devemos sim relacionar o massacre à sua postura e discurso de culto às armas com apelo ao ódio.
Bolsonaro não fez uma defesa séria do seu projeto de flexibilização de posse de armas.
E isso era possível sim.
Mas, ele defendeu mais armas à população disparando o gatilho mental do ódio.
Vou lembrar só algumas balas de ódio que ele disparou:
“Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro, e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil”.
“[O policial] entra, resolve o problema e, se matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado, e não processado”.
Preferiu a morte a um filho gay. “Para mim é a morte. Digo mais: prefiro que morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo.”
“Vamos fuzilar a petralhada”, disse no Acre.
A uma criança de 1 ano ele perguntou: “você sabe atirar?”.
O gatilho mental é facilmente disparado por quem alcança as massas.
Por essas e outras, Bolsonaro é sempre culpado de alguma forma por crimes que tem a loucura, o ódio ou preconceito como motivação.
Por isso ele é associado a massacres praticados por quem o apoiou na campanha e se exibiu com armas nas redes sociais como ele e os filhos orientaram.
Falou em ódio, vem à memória o comportamento e as falas de Bolsonaro com forte apelo à violência.
O país vai ter que se curar disso.
Como? Com a sociedade admitindo que tomou o caminho errado. Não com um político em si, mas com a adesão à uma cultura de ódio.