Em 27 de março de 1964, o anúncio de convocação para a Marcha da Família com Deus e pela Liberdade que ocorreu no dia 2 de abril, era esse:
“Mulher carioca. Mãe carioca. Esposa carioca. O nosso direito de amar a Deus e a liberdade e a dignidade de nossos maridos, filhos e irmãos estão ameaçador pelos comunistas, primários em seus instintos e brutos em seus sentimentos”.
Agradecer o que a essas mulheres?
“Aqueles homens, empresários, políticos ou padres apelavam às mulheres não enquanto cidadãs, mas enquanto figuras ideológicas santificadas como mães”, escreve a pesquisadora Solange Simões. A própria dona Eudóxia, uma das lideranças femininas, reconhece, em entrevista à historiadora, sua função tática:
“Nós sabíamos que como nós estávamos incumbidas da opinião pública, os militares estavam à espera do amadurecimento da opinião pública. Porque sem isso eles não agiriam de maneira nenhuma. A não ser que a opinião pública pedisse. E foi isso que nós conseguimos.”