O fotógrafo e a esposa dirigem o Instituto Terra, responsável por revitalizar região com 4 milhões de árvores
Na Revista Galileu
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e a esposa, Lélia Wanick Salgado, divulgaram no Facebook uma montagem que mostra a restauração florestal na propriedade da família. As imagens têm 20 anos de diferença, e a comparação impressiona.
O casal criou o Instituto Terra, responsável pela restauração, quando Salgado voltou de uma viagem fotográfica à Ruanda em 1994, onde documentou o genocídio que ocorreu na região. O objetivo inicial era replantar 4 milhões de árvores — cerca de 17 mil acres de terra — naturais da região.
“Apenas cerca de 0,5% da terra estava coberta de árvores. Então minha esposa teve a ideia fabulosa de replantar esta floresta. E quando começamos a fazer isso, todos os insetos, pássaros e peixes retornaram e, graças a esse aumento das árvores, eu também renasci — este foi o momento mais importante ”, contou o fotógrafo ao jornal britânico The Guardian em 2015.
O processo replantio em si só começou em 1999, já que a região de Minas Gerais em que a propriedade da família está situada sofreu com escassez de água até o período. A primeira etapa foi plantar leguminosas, que ficaram responsáveis por recuperar o nitrogênio no solo.
A primeira leva de mudas plantadas, contudo, não deu certo: “Fizemos os buracos [no solo] muito apertados”, disse Salgado ao Smithsonian. “Durante semanas eu estava doente — doente por ver aquele desastre.”
Mas a dupla não desistiu, e no ano seguinte a perda foi de apenas 20% da plantação. Hoje Salgado e a esposa contam com a ajuda de voluntários e especialistas — as perdas anuais não chegam a 10%.
A floresta é uma reserva natural sem fins lucrativos e sua restauração trouxe de volta diversas espécies de animais para a região. Hoje, o casal treina jovens ecologistas, que plantam e nutrem milhões de mudas no viveiro.