247 – O novo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o arcebispo de Belo Horizonte, d. Walmor Oliveira de Azevedo, alinhado ao Papa Francisco, deve adotar uma postura crítica em relação ao governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro.
Ele posicionou-se firmemente contra a decreto de liberação das armas de Bolsonaro, contra os cortes na educação, e o desemprego resultante da política econômica desde o golpe de 2015-16.
Dom Walmor foi eleito presidente da CNBB durante a 57.ª Assembleia-Geral da entidade, em Aparecida (SP), em 6 de maio passado. Sua eleição foi resultado da aliança entre os setores moderados e progressista do episcopado brasileiro, isolando os bispos de direita, que pretendiam tomar o poder na CNBB.
Em entrevista ao jornalista Pablo Pereira, em O Estado de S.Paulo, o novo presidente afirmou que o “caminho da paz” não será construído “pela força das armas”, mas pelo diálogo e pela educação. “Não existe para nós a opção de dizer que vamos trabalhar mais a paz exatamente com uso de armas. Pelo contrário”, disse.
Quanto aos cortes na educação promovidos pelo governo Bolsonaro, dom Walmor criticou: “A justificativa dada é de otimização de recursos. Mas a Educação não pode sofrer cortes de modo que, por exemplo, a pesquisa pare. Não se pode cortar de modo que a educação de base não seja qualificada. É preciso de muito discernimento para se cortar para não se ter prejuízos não só hoje, mas nas gerações futuras.”
Quanto ao desemprego, o presidente da CNBB disse que é situação que “deve nos envergonhar”. Sua reflexão: “Este é tema muito importante. Particularmente, quando se constatam cenários de pobreza e miséria. Isso nos aflige e inclusive deve nos envergonhar, exigindo de nós que encontremos novos caminhos. Compreendendo e conscientes de que estamos num contexto de crise econômica, não só no Brasil, mas num contexto mais amplo. Porém, há exigência e urgência de novas respostas. Há gente passando necessidade, sem moradia, sem saúde”.