Santuário José de Anchieta repudia proposta do PSL de substituir Paulo Freire como patrono da Educação

Santuário José de Anchieta repudia proposta do PSL de substituir Paulo Freire como patrono da Educação

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DCM – Em uma reação rápida a apresentação de projeto de lei que objetiva a substituição de Paulo Freire pelo padre Anchieta como patrono da educação brasileira, no último dia 25, a reitoria do Santuário Nacional São José de Anchieta emitiu nota oficial manifestando sua rejeição à proposta.

No texto assinado pelos padres jesuítas Nilson Marostica e Bruno Franguelli, a instituição religiosa afirma que não pode aceitar que o legado do santo católico “seja instrumentalizado para fins meramente ideológicos” e ainda ressalta a importância de Paulo Freire para o Brasil e para o mundo.

Ainda contrapondo a iniciativa do deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), os sacerdotes responsáveis pelo Santuário dedicado à Anchieta afirmam que tanto o padre, que foi canonizado em 2014, quanto o educador Paulo Freire “caminham na mesma direção”.

Os jesuítas, em sua nota, ainda alfinetaram o governo de Jair Bolsonaro, do mesmo partido do deputado Jordy. Ao afirmar que Anchieta e Paulo Freire optaram por estar a serviço da educação dos marginalizados, praticando cada qual em sua época, uma pedagogia do oprimido, deixaram claro que o santo ainda não pode “ser proclamado patrono da educação em um momento em que a educação não parece ser prioridade na agenda do Brasil”.

A nota encerra pedindo respeito ao legado de Anchieta informando que o mesmo deve ser “imitado, mas jamais manipulado”. Ainda segundo o Santuário Nacional São José de Anchieta, “o primeiro defensor do meio ambiente não pode ser admirado em um momento em que nossas riquezas nacionais estão ameaçadas. O primeiro indigenista não pode ser reverenciado nesse tempo em que vemos tribos étnicas desamparadas e sendo perseguidas e até expulsas de suas terras”.

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