Fui aos atos pró e contra o governo Bolsonaro e acho que causa e senso crítico dos manifestantes é a grande diferença entre um e outro.
Isso ficou muito claro nos cartazes, palavras de ordem e gestos que lançaram às extremidades duas massas robustas da sociedade brasileira.
Uma atingiu mais cidades e a outra juntou mais gente e por mais tempo nas ruas.
Se defesa ou desdém com a educação levaram tantos aos protestos, ganha relevo quais manifestantes demonstraram capacidade de vencer o debate racionalmente.
Alguma dúvida sobre o que não fez o menor sentido, erguer ou derrubar uma faixa pedindo educação?
O óbvio sobre quem tem razão incomoda e resta o apelo ao boicote ou à censura.
No primeiro grande ato contra o governo o presidente Jair Bolsonaro genericamente chamou manifestantes de idiotas úteis.
No segundo o ministro da educação, Abraham Weintraub, ousou anunciar que professores, alunos e pais estão proibidos de promover ou estimular protestos que tenham caráter político.
O desespero leva à loucura.
Bolsonaro e Weintraub sabem que professores, estudantes e trabalhadores unidos não podem ser vencidos.
A turba bolsonarista que defendeu privilégios e o triunfo da hipocrisia no combate à corrupção, tem tudo para encolher.
Os que lutam pela educação e consequentemente, pelo futuro do país, tudo para se agigantarem.
Os atos unificados pela educação e contra a reforma da previdência foram emblemáticos pela mensagem que enviaram não só ao planalto, mas aos demais poderes.
A bandeira da educação tem que estar permanentemente erguida como solução e precisa de freio o governo que apoia milícias e elege professores como inimigos.
Os atos merecem comparação não por quantidade, mas por qualidade da causa.
Só quem gosta de sala de aula, professores e livros sabe por que queimaram as bandeiras dos Estados Unidos e de Israel no ato em Porto Velho (RO), em resposta à vassalagem que Bolsonaro quer impor ao Brasil.
Pátria armada com livros ou com o escudo da ignorância?
Quantos e por quanto tempo vão se orgulhar de defender a burrice de Bolsonaro?
São questões fáceis de responder para escolher o lado certo na luta.