“diz-se do riso que suave canta
diz-se da moça que cedo labuta
diz-se da voz que outrora embargada
hoje anuncia o caminho da luta
diz-se do afeto, do exemplo, do gesto
diz-se da causa, da meta, utopia
diz-se daquela que vemos em marcha
do povo sem teto a querer moradia
diz-se da luta em defesa da vida
dos humanos direitos do esfarrapado
diz-se da meta, da causa, ousadia
de quem se levanta contra o patriarcado
diz-se das cores de Frida Kahlo
diz-se das canções de Mercedes Sosa
diz-se das lições de Rosa Luxemburgo
diz-se das tarefas de uma marcha mundial
diz-se da alegria de quem mira o horizonte
e enxerga um mundo novo todo por ser construído
diz-se da humildade da mulher que na ciranda
pede ajuda à companheira pois sozinha é mais difícil
diz-se da que marcha ao lado da reforma agrária
diz-se da que enfrenta as injustiças judiciais
diz-se da mulher com quem milito ombro a ombro
e que me empresta a sua voz quando um nó me atravessa a garganta”
De Bruno Costa