O MBL lançou um manifesto pretensioso e vazio — evidentemente — sobre suas “mudanças na orientação política”.
A coisa escrita por um suposto professor e violinista traz a versão “3.0” do grupelho dos kataguiris.
Começa assim:
A opinião política tem-se revelado de uma leveza insustentável. No hiperespaço da web, holístico e simultaneamente atomizado, cada internauta pode fingir-se cruzado, bolchevique, fidalgo, Guy Fawkes, pequeno incendiário de aniquilamentos sem consequências. Ele reveza a cada minuto com o mundo, que funciona como um relógio, marcando o pulso monótono e regulado. Já a realidade virtual cintila possibilidades, ao cumprir o milagre do distanciamento que suprime a ética da responsabilidade. Daí tantas tretas e tantos nudes. É a pequena rave eletrônica do Id.
Pois é.
Mas o melhor é essa maravilha:
A polarização não precisa do espetáculo. O espetáculo não polariza, mas irmana todo mundo na burrice. É preciso divergir em um nível mais fundamental. No nível do diálogo possível, há como polarizar sem ser estúpido. Essa é a primeira regra, ainda que não apareça ninguém para conversar.
O MBL é pai e mãe de Bolsonaro e da boçalidade que assola o país.
Há, sim, como polarizar sem ser estúpido.
Infelizmente, não é o caso dos imbecis do MBL, que continuam tratando os brasileiros como idiotas.