Jair Bolsonaro conseguiu uma proeza. Mobilizou a opinião pública mundial contra o Brasil em um grau e numa velocidade inacreditáveis.
No Tijolaço, por Fernando Brito
É mesmo provável que o número de queimadas e a área desmatada no país tenha crescido com seu discurso de tirar a fiscalização ambiental “do cangote” de fazendeiros, garimpeiros e madeireiros. E, ainda mais, com o clima de terror que ele impôs aos servidores dos órgãos fiscalizadores, vários deles já punidos com transferências para longe de seus locais de trabalho.
Tudo o que está ocorrendo, por pior que seja, porém, não chega nem perto da repercussão que a idiotia presidencial conseguiu dar ao tema.
A imagem do nosso país – lembram, generais, a importância que os senhores davam a isso? – está torrando pelo mundo afora.
Um vídeo da Reuters tem meio milhão de acessos, dizendo que “onda enorme [ de queimadas] veio depois de Jair Bolsonaro tomar posse em janeiro”.
O The New York Times diz que ” o desmatamento da Amazônia aumentou rapidamente desde que Bolsonaro, eleito em outubro, tomou posse e seu governo cortou os esforços para enfrentar atividades ilegais na floresta tropical”.
A inglesa BBC também divulga vídeos, assim como a rede de televisão norte-americana NBC, o francês Le Monde faz o mesmo, dizendo que Bolsonaro é uma ameaça à Amazônia.
A Al Jazeera diz que o país vive blecautes durante o dia pela fumaça e até nossos primos argentinos, no meio de uma crise, destacam o tema no Clarín: “Incêndios na Amazônia atingem nível recorde e Jair Bolsonaro aponta contra ONGs“
Os prejuízos que os incêndios e o desmatamento da Amazônia trazem são imensos, mas vão muito além de árvores e bichos queimados. Tornaram o Brasil e seu governo “malditos” no mundo, ao contrário dos tempos em que atraíamos a solidariedade da opinião pública mundial.
Não é verdadeira a “máxima” de que um país não tem amigos, tem interesses. Amizade é a primeira porta para os negócios e Jair Bolsonaro está nos transformando em um país que, em lugar de encantar, horroriza o mundo.