Um vigilante se aproxima de mim e do jornalista da Reuters para dizer que não podemos mostrar imagens do Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho.
Digo que tudo bem, que não viemos filmar ou fotografar, mas apenas ouvir os pacientes que lotam a recepção em busca de atendimento para doenças respiratórias. A fumaça das queimadas adoeceu muitas crianças.
Ele insiste que pelo regulamento interno não podemos nem ficar na recepção e muito menos conversar com quem aguarda atendimento.
Ok, pedimos e algumas mães vão conversar conosco do lado de fora.
O trabalho da imprensa tem sido assim, dificultado por razões injustificáveis.
O que precisam entender é que a notícia nasce com ou sem ajuda e se propaga mais limpa, só com a voz do povo.
Por isso, muitos jornalistas estão deixando dados oficiais pra trás.
Simplesmente, porque não dá pra confiar em informações que são liberadas quando querem e como querem.