A mãe, Kaitlin Burge, coloca a foto em um ‘post’ no Facebook no qual relata a crua realidade desta doença e de como afeta toda a família.
No El País
A dor de uma família inteira quando um de seus membros tem câncer. A dor dos menorzinhos quando a doença abala a casa. Isso é o que Kaitlin Burge, uma mãe de Princeton (Texas), queria transmitir sobre como sua filha Audrey (cinco anos) está vivendo desde que o irmão Beckett, de quatro, foi diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda –um tipo de câncer que começa na medula óssea–, em abril de 2018.
Com esse intuito, e na forma de uma declaração, a mãe postou um texto no Facebook em 3 de setembro com uma foto em que se vê o menino vomitando enquanto a irmã de cinco anos o acompanha, o apoia e o consola. A imagem, em preto e branco, se tornou viral em poucos dias, com mais de 50.000 curtidas e mais de 35.000 compartilhamentos.
A leucemia é o tumor maligno mais comum entre os menores de 15 anos na Espanha e representa 25% dos cânceres diagnosticados anualmente, de acordo com a Sociedade Espanhola de Hematologia-Oncologia Pediátrica. Nos Estados Unidos, cerca de 3.500 crianças sofrem da doença a cada ano.
“Uma coisa que não te dizem sobre o câncer na infância é como isso afeta toda a família. Você sempre escuta coisas sobre as questões médicas e econômicas, mas quantas vezes ouvimos sobre os problemas causados por essa doença em famílias com mais filhos?”, pergunta Burge na página criada sobre o filho Beckett. “Para alguns, será muito difícil continuar lendo”, prossegue.
Na mensagem, esta mãe diz que tem dois filhos, com uma diferença de 15 meses um do outro, e conta como deixaram de brincar juntos na escola e em casa para ficar sentados em um quarto frio do hospital: “Minha filha teve que ver como o irmão ia da ambulância para a UTI, como lhe davam remédio, como o ajudavam (…) sem entender o que o irmão estava passando. Mas sabia que algo ruim estava acontecendo com o irmão, com seu melhor amigo”.
Depois de um mês internado no hospital, continua, “viu que o irmão mal podia brincar ou andar […] e ela não entendia por que acontecia tudo isso”.
“Por que decidimos que nossa filha nos acompanhasse ou por que ela teve que ver tudo o que estava acontecendo com o irmãozinho?”, se pergunta Burge em seu próprio post. Para ela, as crianças precisam de apoio e companhia, e não se afastar da pessoa doente: “Ela está sempre com ele, independentemente da situação. Até hoje, agora estão mais próximos. Ela sempre cuida dele”.
A moral da história para essa mãe é: “Vomitar entre as sessões de brincadeira. Ficar e apoiar seu irmão e acariciar suas costas quando ele se sente mal. Passar de 13 quilos para nove. Isso é o câncer infantil. Ou você lida com isso. Ou o abandona.”