MST: NOTA DE REPUDIO CONTRA O PROCESSO DE CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

MST: NOTA DE REPUDIO CONTRA O PROCESSO DE CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

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É com veemência que o Movimento dos Trabalhadores Rurais em Rondônia, repudia a desnecessária e equivocada prisão do companheiro João Abelhão.

Na última sexta-feira (dia 20) as famílias do Assentamento Margarida Alves, foram surpreendidas por uma operação da Polícia Federal, que segunda consta, tinha como objetivo combater o desmatamento ilegal e uma suposta venda de lotes dentro da reserva em bloco do referido Assentamento, que resultou na injusta e infundada prisão do companheiro João Abelhão presidente da Cooperativa daquele Assentamento.

Ficamos perplexos com operações desta natureza, pois a Polícia Federal, instituição pública paga pelo dinheiro do povo, com mecanismos sofisticado de inteligência para os processos investigatórios, não pode errar seu alvo como errou tal qual nesta operação cuja interpretação que daí pode derivar não e outra senão um flagrante processo de criminalização da luta e dos Movimentos Sociais.

As famílias do assentamento Margarida Alves, por meio de sua cooperativa que também foi alvo de busca e apreensão, tem um vasto histórico de denúncias aos órgãos de controle e fiscalização sobre o processo de desmatamento e grilagem de terras no interior da reserva. O próprio João Abelhão, na vigência do seu mandato, levou ao conhecimento dos órgãos ambientais as investidas de grupos invasores e grileiros da reserva.

Como retaliação destas denúncias, tivemos em 2017 a invasão do Assentamento por um grupo fortemente armado que realizou uma ação simultânea: Enquanto 10 homens armados aterrorizavam as famílias de um acampamento que ali existe, outros 10 mantiveram 4 companheiros em cárcere privado sobre ameaça e tortura. Esta ação, resultou na operação Terra Roxa da polícia civil de Ouro Preto, que veio a prender parte do grupo, tendo entre eles policiais militares que tinham na ocasião armas da própria polícia.

Neste sentido, se a Polícia Federal quiser alcançar seu objetivo e contribuir com o fim do desmatamento e da grilagem terras no interior do assentamento Margarida Alves, deve aprofundar e ampliar a séria e competente investigação da polícia civil de Ouro Preto simbolizada pela a operação Terra Roxa, caso contrário, estará configurado o processo de criminalização dos movimentos sociais, tendo a cooperativa do assentamento na pessoa de seu presidente, como o “Bode” expiatório da vez.

Exigimos que a justiça federal que decretou o mandado de prisão do companheiro João Abelhão, corrija seu erro colocando o mesmo em liberdade o mais rápido possível.

Direção Estadual MST-RO
João Livre!

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