Pesquisa: quase todo Brasil quer proteção a áreas indígenas e repudia posição de Bolsonaro

Pesquisa: quase todo Brasil quer proteção a áreas indígenas e repudia posição de Bolsonaro

Quase todo o país, 93%, defende que sejam protegidas as florestas onde se encontram tribos indígenas isoladas, em confronto com a posição de Bolsonaro de “integração” e extermínio. Bolsonaro diz que não demarcará novas terras indígenas e defende que as áreas protegidas sejam usadas para produção e aproveitamento mineral. É repudiado por quase toda a população.

247 –  Quase 100% dos brasileiros -93% para ser preciso- é favorável à proteção de florestas onde se encontram tribos indígenas isoladas, indica pesquisa  do Datafolha realizada em parceria com o ISA (Instituto Socioambiental). A posiçao confronta por completo a politica do governo Bolsonaro.

Bolsonaro afirma desde a campanha que não demarcará novas terras indígenas e defende que as áreas protegidas sejam usadas para produção e aproveitamento mineral. É repudiado por quase toda a população. A pesquisa foi feita entre 4 e 6 de junho deste ano em 168 municípios de todo o país.

Em seu discurso na 74ª Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (24), Bolsonaro disse que há 70 tribos vivendo em locais isolados, menos da metade do número oficial da Funai. Segundo a Fundação Nacional do Índio, há cerca de 114 registros de índios isolados na Amazônia Legal.

Adriana Ramos, assessora do programa de política e direito socioambiental do ISA, afirmou ao jornalista Phillippe Watanabe que o discurso do governo Bolsonaro incentiva as invasões a terras indígenas e que os povos isolados são os mais frágeis nesse contexto: “São terras onde as populações não estão atentas a esses movimentos de fora”. Ela mencionou as terras indígenas Ituna/Itatá, no Pará, e Arariboia, no Maranhão, como exemplos de áreas em que há tribos isoladas e que estão sofrendo invasões.

Os  primeiros nove meses de Bolsonaro permitiram uma explosão nas invasões, segundo levantamento do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil): enquanto em 2018 foram registrados 111 invasões em 76 áreas, de janeiro a setembro deste ano, o número saltou para 160 invasões em 153 terras indígenas.

 

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