Papa critica “interesses” que provocaram incêndios devastadores na Amazônia

Papa critica “interesses” que provocaram incêndios devastadores na Amazônia

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Na Carta Capital – Para o papa Francisco, incêndios como os que recentemente devastaram a Amazônia foram provocados por “interesses destrutivos”. A declaração foi feita neste domingo (6) na missa de abertura do Sínodo da Amazônia, que começa oficialmente hoje no Vaticano.

“O fogo causado por interesses destrutivos, que devastaram a Amazônia, não vem do Evangelho”, disse o papa aos religiosos de nove países da região amazônica. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros.” Segundo ele, “esse fogo devastador se alastra quando a intenção é apenas defender ideias próprias, constituir um grupo e queimar a diversidade para uniformizar tudo e todos”, criticou o pontífice.

Entre janeiro e 19 de setembro desde ano, o Brasil registrou um aumento de 56% dos focos de incêndio florestais em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Cerca de metade deles, 47%, atingem a Amazônia. O alastramento das queimadas, que desencadeou protestos em todo o mundo, foi atribuída em parte à política do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que chegou ao poder em janeiro. Ele é acusado de facilitar a expansão das terras dedicadas à criação de gado e plantações para atividades comerciais, contribuindo desta forma ao desmatamento.

Novo colonialismo
Na sua homília, o papa reconheceu que a igreja participou ao longo da história de “várias formas de colonização violenta em nome da evangelização”, mas alertou para a o risco de um novo colonialismo. Ele também pediu aos bispos que “não sejam apenas funcionários” da igreja, e se dediquem mais à ação missionária concreta. O pontífice espera que o Sínodo, que discutirá propostas inovadoras mas controversas, “renove os caminhos da igreja na Amazônia.”

O documento de trabalho de 80 páginas da assembleia de bispos latino-americanos alerta sobre os problemas ecológicos e humanos da região, crucial para o equilíbrio do planeta. As discussões, que começam hoje, terminam no dia 27 de outubro.

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