Tijolaço, por Fernando Brito – Como a soma dos 27 signatários da lista de deputados que visa derrubar o atual líder do PSL na Câmara dos Deputados com a dos 32 subscritores do pedido para manter o Delegado Waldir no posto dá 59 e o PSL tem apenas 53 parlamentares, é óbvio que uma (ou ambas) sejam uma fraude.
E, depois que a Época publicou um áudio onde o próprio Jair Bolsonaro articula a formação dos “27 por Dudu”, em favor do próprio filho, não resta qualquer dúvida política qual delas tem a marca da interferência do governo sobre o partido, ainda que este seja um amontoado.
Está patente, no Congresso, que – como se escreveu aqui quando começava esta crise – o presidente é um elemento desagregador e qualquer partido que o absorva trará uma bomba engatilhada para dentro de si.
Mesmo com advogados “top” e sem pudor – uma é contratada do partido que ataca e outro, Admar Gonzaga, não se peja de, tendo saído em abril do TSE como ministro, voltar agora como advogado de uma evidente judicialização de uma disputa interna de partido – é praticamente impossível que se possa tomar “no tapetão” a sigla do grupo de Luciano Bivar.
Bolsonaro, provavelmente, irá para um partido nanico, cujo “dono” atual se disponha a ser o “Bivar 2.0”, onde seja possível manter a seita.
Mas antes, como fez sempre, desde que se meteu na história de explodir uma bomba num quartel do Exército, fará seu trabalho de demolição, deixando em ruínas o partido que o abrigou.