Saiu menor do que entrou A briga intestina do PSL fragilizou a imagem do presidente e de seus aliados no Congresso. O fato de Jair Bolsonaro ter entrado em campo para fazer do filho Eduardo líder da sigla na Câmara e ter perdido a primeira batalha foi visto como erro crasso. “Se ele entra, tem que entrar para matar”, explica um dirigente da centro-direita. Já a sequência de gravações ocultas maculou a agremiação toda, classificada como um aglomerado de “gente inconfiável, sem palavra, sem ética nem lealdade”.
Entre mortos… Dois dos nomes mais proeminentes do PSL na Câmara foram afetados pelo tiroteio interno. Joice Hasselmann (SP), que perdeu a liderança do governo no Congresso, terá que “experimentar pela primeira vez a planície”, nas palavras de um colega, sem cargos de assessoria e regalias que tinha no posto.
…e feridos Já o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Felipe Francischini (PR), que agia para se projetar para o Planalto como uma opção para o comando da Casa, foi gravado falando mal de Jair Bolsonaro e rapidamente classificado como agente duplo.
Retorno triunfal A queda de Joice e a consequente ascensão do senador Eduardo Gomes (MDB-TO) ao posto de líder do governo no Congresso é o marco de uma era de maior dependência de Bolsonaro do partido que foi o fiel da balança para FHC, Lula e Dilma.
Retorno triunfal 2 Melhor: dependência do MDB do Senado, ala que congrega as figuras mais experientes da sigla, como Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM) e Jader Barbalho (PA). O líder do governo no Senado já é do partido, Fernando Bezerra (MDB-PE).
Você manda Assim que assumiu, Gomes telefonou para líderes da Câmara. Disse que, apesar de ser senador, “tem cabeça de deputado”. O ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) também comunicou dirigentes do centrão. Resposta: “Líder de governo quem escolhe é o Planalto. A gente não opina”.
A bola é sua O presidente do MDB, Baleia Rossi, fez questão de deixar claro que, apesar de “ter orgulho dos quadros que o partido tem e de seguir apoiando a agenda do governo”, a direção da sigla não tem ingerência nem responsabilidade pela escolha de Gomes –e segue independente.
Fresta Das grandes legendas, a que menos resiste a receber Bolsonaro e seu grupo é o PRB.
Última que morre Mesmo céticos, aliados do presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), propuseram entregar a Bolsonaro 50% dos postos da direção da legenda. Antes de a crise explodir, o clã do Planalto reivindicou a secretaria-geral e a tesouraria da sigla.
Nem vem A chance de a oferta surtir efeito é mínima. “Que haja a cisão e a atual gestão facilite a saída do bloco [bolsonarista], em vez de dificultar, retaliar e criar inimizades”, diz Luiz Philippe de Orleans e Bragança.
Alma lavada O ex-presidente Michel Temer celebrou a absolvição sumária da acusação de obstrução de Justiça gerada pela gravação de Joesley Batista, mas indicou que a história ainda não acabou. “Essa irresponsabilidade quase paralisou o país. Não podem ficar impunes”, disse.
Alma lavada 2 “Desde o primeiro instante [eu disse] que a frase criada pelo pgr (ele não merece a maiúscula) era falsa; que o diálogo era monossilábico; que neste e nos feitos desdobrados só havia ilações, nenhuma prova”, escreveu o ex-presidente ao Painel.
Penca A reforma tributária da Câmara recebeu mais de 190 sugestões de emenda. Só o PT apresentou 11. Uma delas sugere taxar lucros e dividendos.
Selva Acaba na próxima semana a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) criada para combater queimadas na Amazônia.
Visitas à Folha Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), visitou a Folha nesta quinta (17). Estava acompanhada de Dil Mota, assessora de comunicação, e André Lacerda, consultor de comunicação.
Sylvio Mode, diretor-geral da Autodesk Brasil, visitou a Folha nesta quinta. Estava acompanhado de Priscilla Fiorin, gerente de Comunicação da empresa, e Carlos Brazil, consultor de comunicação.
TIROTEIO
Estranho quem jurou a Constituição tentar de novo tutelar o STF e impedir julgamento de questão que faz valer a Carta
Do deputado Paulo Pimenta, líder do PT, sobre texto publicado pelo general Villas Bôas às vésperas de decisão sobre a segunda instância