E surgiu a aberração-mor: um negro defendendo a escravidão

E surgiu a aberração-mor: um negro defendendo a escravidão

Sérgio Camargo é o novo presidente da Fundação Palmares, responsável por estudar, preservar e difundir a cultura afro-brasileira. 

No 247, por Eric Nepomuceno

À exceção de Cuba, nenhum outro país latino-americano tem tanta influência da cultura africana como o Brasil. Portanto, nada mais justo que a missão da Palmares mereça especial atenção dos governos.

Pois bem: o racista, misógino, aberrante governo de Bolsonaro resolveu dar carta aberta a um sacripanta que atende pelo pseudônimo de Roberto Alvim nomear Sérgio Camargo para presidir a Palmares.

E quem diabos é o referido senhor que foi nomeado?

Houve, é verdade, um Sérgio Camargo escultor de altíssimo nível, com lugar assegurado no altar dos maiores artistas brasileiros. Era branco, mas tinha uma visão certeira da influência das artes e da cultura africana em nossa formação. Nos deixou em 1990, aos seus poucos 60 anos. 

Pois agora surge outro Sérgio Camargo, que se diz jornalista com uma passagem difusa pelo ‘O Estado de S. Paulo’, em época incerta e não sabida. É ele quem acaba de nomeado presidente da Fundação Palmares.

Controverso nome, o de Sérgio Camargo. Se um foi criador de beleza, o outro é criador de aberrações. 

Aliás, ele mesmo, o novo presidente da Palmares, é uma tremenda aberração, e surge com força suficiente para ser nomeado a mais abjeta das aberrações de um governo que é, por si, uma tremenda aberração. 

Ter semelhante figura presidindo a Fundação Palmares é uma ofensa e um claro sinal de que, depois do meio ambiente, o setor das artes e da cultura é a maior vítima da imbecilidade que significa o governo tresloucado de um desequilibrado que nomeia uma outra aberração para ocupar a Secretaria Nacional de Cultura, o senhor Roberto Rego Pinheiro que prefere ser chamado de Roberto Alvim.

Pois este senhor, das alvuras de seu nome inventado, ao nomear a que talvez seja – é preciso reconhecer que a disputa é tremenda – a maior estupidez, a mais relevante e reveladora, aberração de um governo demencial, ganha espaço único neste cenário asqueroso. 

Por tradição, a Palmares é presidida por um afrodescendente. Acontece que Sérgio Camargo (por favor, esse aí, não o escultor) é um negro racista, e racista furioso, contra os seus semelhantes.

Entre outras bestialidades, diz que no Brasil não existe racismo. Que ‘a negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda’. 

‘Negrada’? Um negro que se refere aos seus iguais usando um adjetivo clássico dos mais abjetos racistas é ou não é a revelação de um racista?

A lista de estupidezes é longa, e inclui declarações contrárias tanto aos movimentos de defesa das comunidades afrodescendentes como à própria existência das celebrações (vigorosamente ignoradas, diga-se de passagem, pelo racista Bolsonaro) do 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. 

Para semelhante imbecil, Zumbi dos Palmares não seria, hoje em dia, nada além de um terrorista a mais integrando as hostes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o sempre nefasto MST.

Nada, porém, supera ou nem ao menos se equivale à asquerosa, irremediavelmente asquerosa, declaração de que a escravidão implantada no Brasil foi boa para os escravos.

Esse nojo ambulante chamado Sérgio Nascimento de Camargo disse, textualmente, que a escravidão foi ‘terrível, mas benéfica para os descendentes’ porque, escravos no Brasil, os negros – seus ancestrais – viviam melhor do que se continuassem na África.

Roberto Rego Pinheiro, o que se diz Alvim e escolhe um negro racista e fascista para comandar a fundação encarregada de promover a cultura afro-brasileira, tem carta branca de um racista e fascista chamado Jair Bolsonaro para nomear quem bem entender.

Parabéns Bolsonaro, parabéns clã Bolsonaro, parabéns milicianos achegados à família: pela primeira vez na história deste país destrambelhado, temos uma figura asquerosa dizendo coisas asquerosas contra seus pares.

Mais do que asqueroso, este é o governo que superou todos os anteriores, os da ditadura inclusive, no quesito aberrações.

Que asco!

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