247 – Jair Bolsonaro viu seu desempenho piorar nas redes sociais em janeiro. De acordo com um monitoramento de imagem feito pela empresa AP Exata, Bolsonaro teve em janeiro o equivalente a 14 dias de menções críticas ante 16 dias em que os apoios dominaram as redes. No começo de fevereiro, o monitoramento indica que o mau humor em relação ao governo continua. Até domingo (9), foram seis dias negativos, dois neutros e um positivo.
Segundo o diretor da AP Exata, Sergio Denicoli, “Bolsonaro está perdendo o controle narrativo nas redes”. “Em janeiro de 2019, ele não tinha esse domínio por causa da polarização eleitoral e da revelação do caso (Fabrício) Queiroz (ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro suspeito de prática de rachadinha). Depois, ele conseguiu impor suas narrativas e estabilizou, mas agora começa a perder essa capacidade novamente”, complementou. Seu relato foi publicado no jornal O Estado de S.Paulo.
Alguns fatores contribuíram para desgastar o governo e fazê-lo perder apoio nas redes sociais, como a demissão do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, após vídeo em alusão ao nazismo, em 17 de janeiro, erros na correção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o desgaste com o ministro Sérgio Moro (Justiça), que poderia perder também o comando da Segurança Pública, e a demissão de um auxiliar por uso de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB). Outro pico de críticas aconteceu no dia 8 de janeiro, quando Bolsonaro faz uma transmissão ao vivo para acompanhar fala do presidente americano, Donaldo Trump.
O dirigente da AP Exata afirmou que o eleitorado de Bolsonaro não demonstra neste ano a mesma disposição para defender o ocupante do Planalto. “O silêncio prejudica Bolsonaro. Para ele, é importante que as pessoas se manifestem a favor dele, mas são posicionamentos tão fortes (feitos pelo presidente) que as pessoas começam a ficar mais receosas. É difícil manter este grau de militância durante quatro anos”.
De acordo com o levantamento, 3 de janeiro deste ano foi o dia em que Bolsonaro teve o maior número de comentários negativos desde a posse. Um dia após o ataque dos EUA no Iraque que matou o general iraniano Qassim Suleimani, internautas tinham receio que o Brasil ficasse alinhado com os americanos criaram a hashtag #BolsonaroFicaCalado.