Mundo afora, governo; aqui, demência presidencial

Mundo afora, governo; aqui, demência presidencial

“Trata-se de uma questão de tempo. E de um tempo específico: até quando o país, destroçado dia sim e o outro também, vai aguentar?”, questiona o jornalista Eric Nepomuceno.

Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia 

Aqui ao lado, na Argentina, o esquerdalha (termo usado por Jair Messias) Alberto Fernández decreta o fechamento de fronteiras por quinze dias. E convoca um gabinete de crise para lidar com a crise.

Outros países latino-americanos adotam medidas que, na melhor das hipóteses, poderiam ser chamadas de drásticas. Todas decididas depois de reuniões com os respectivos gabinetes de crise. 

Mundo afora, os governos, com raríssimas exceções, fazem a mesma coisa. Até na distante e mais que corrupta Nigéria o governo convoca gabinete de crise para ver que diabos fazer com o coronavírus.

Países fecham fronteiras (a Alemanha, por exemplo, e para ficarmos em apenas um), e todos, todos, convocam gabinetes de crise, e dupla crise: o que fazer da economia, além do corona?

Aqui no Brasil, governos estaduais adotam medidas radicais, umas mais, outras menos, compreensíveis. E todos tratam de agir.

E o que faz Jair Messias?

Pois ele desobedece determinações do seu próprio ministro da Saúde, e vai para as ruas, numa aglomeração, apoiar manifestações que pedem o fechamento do Congresso e o expurgo de vários integrantes do Supremo Tribunal Federal. 

E, como se fosse pouco, desafia os presidentes da Câmara (atenção, Moro e seguidores: é câmara de deputados; câmera é para tirar fotos ou filmar aberrações como vocês) e do Senado a fazerem a mesma coisa, ou seja, sair às ruas e pedir o fechamento do Congresso e do Supremo.

Trata-se de uma questão de tempo. E de um tempo específico: até quando o país, destroçado dia sim e o outro também, vai aguentar?

Não dá, é claro, para medir o apoio que o boçal ainda consegue reunir. Entre o coronavírus e sabe-se lá o quê, o fato é que as manifestações do domingo, 15 de março, foram pífias. Pífias, mas especialmente agressivas. Será esse o núcleo duro do Bolsonarismo? Será maior?

Todo mundo concorda em ao menos um ponto: as exigências foram mais contundentes que nunca. E especialmente dirigidas contra Rodrigo Maia e os deputados em geral.

O país, além de todo destroço produzido por Jair Messias e o aprendiz de Pinochet chamado Paulo Guedes, está num beco sem saída.

De um lado, a economia congelada e dando marcha a ré.

De outro, os programas sociais destroçados. A devastação que o regime cleptômano de Michel Temer começou na legislação trabalhista, e que Jair Messias e Guedes concluíram na Previdência, fizeram uma devastação infinita na sociedade brasileira.

E, no meio, um desvariado e desequilibrado Jair Messias desembestado. A saída, única e lógica, seria defenestrar esse sacripanta. Não há, porém, sinal de iniciativa nessa direção à vista.

Na manhã desta segunda-feira Jair Messias tornou a falar. E o que ele disse comprova que está mais do que na hora de pedir uma intervenção urgente. Não militar, como querem os seus boçais mais fanáticos. Mas psiquiátrica: os sinais de demência irremediável são cada vez mais evidentes.


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