247, por Leonardo Attuch- Partindo da premissa do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que o Brasil terá o pico de casos de coronavírus em abril, mês em que o sistema de saúde entraria em colapso, é razoável supor que a atividade econômica permanecerá parada por no mínimo 30 dias, 60 ou até mais.
Como os pequenos e médios empresários, donos de bares, cafés, lojas e restaurantes, não têm capital de giro, é também razoável supor que haverá uma quebradeira sem precedentes na economia brasileira, o que provocará demissões em massa de trabalhadores e prestadores de serviço.
Nesse cenário de caos, os empresários que insistirem em manter os negócios terão que liquidar suas reservas e ativos imobiliários e financeiros, como ações na bolsa de valores, que já caíram mais de 40% no ano, levando a novas desvalorizações nos preços dos imóveis e das ações.
Com dois ou três meses parados, a depressão da economia brasileira, portanto, poderá ser de pelo menos 10% neste ano, fazendo com que a taxa de desemprego suba dos atuais 12% para 20% ou até mais. E isso sem considerar a informalidade, o subemprego e o trabalho precário.
Como também se forma o consenso de que o Brasil tem um sociopata na presidência, é razoável supor que não haverá coordenação entre governo federal, estados e municípios, para organizar minimamente um plano emergencial de combate à fome, que fatalmente voltará com força total.
Fome dói. E o instinto natural do ser humano é lutar pela própria sobrevivência. O caos econômico fatalmente levará ao caos social, potencializando a violência urbana numa sociedade que já é uma mais desiguais do mundo. O que vem pela frente, portanto, é uma catástrofe.
Espero não estar sendo excessivamente alarmista, mas o Brasil pode estar prestes a enfrentar um genocídio que será causado por vírus, por fome ou violência. É preciso parar Bolsonaro o quanto antes e desenhar um plano de emergência com todas as forças sociais e democráticas.